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O Livro dos Espíritos

171 - Intervenção de Deus nas penas e recompensas

a) Sendo portador da bondade infinita, Deus, em momento algum, deixa de se ocupar com suas criaturas, por pequeninas que sejam. b) Para recompensar ou punir nossos atos, Deus estabeleceu suas leis, que regem todas as nossas ações. São elas que definem o que é certo e errado e quais as conseqüências pelo seu cumprimento ou violação. Comentário de Allan Kardec: Todas as nossas ações estão submetidas às leis de Deus. nenhuma há, por mais insignificante que nos pareça, que não possa ser uma violação daquelas leis. Se sofremos conseqüências dessa violação, só nos devemos queixar de nós mesmos, que desse modo nos fazemos os causadores da nossa felicidade, ou da nossa infelicidade futuras. Esta verdade se torna evidente por meio do apólogo seguinte: <br>Um pai deu a seu filho educação e instrução, isto é, os meios de se guiar. Cede-lhe um campo para que o cultive e lhe diz: Aqui estão a regra que deves seguir e todos os instrumentos necessários a tornares fértil este campo e assegurares a tua existência. Dei-te a instrução, para compreenderes esta regra. Se a seguires, teu campo produzirá muito e te proporcionará o repouso na velhice. Se a desprezares, nada produzirá e morrerás de fome. Dito isso, deixa-o proceder livremente.<br> Não é verdade que esse campo produzirá na razão dos cuidados que forem dispensados à sua cultura e que toda negligência redundará em prejuízo da colheita? Na velhice, portanto, o filho será ditoso, ou desgraçado, conforme haja seguido ou não a regra que seu pai lhe traçou. Deus ainda é mais previdente, pois que nos adverte, a cada instante, de que estamos fazendo bem ou mal. Envia-nos os Espíritos para nos inspirarem, porém não os escutamos. Há mais esta diferença: Deus faculta sempre ao homem, concedendo-lhe novas existências, recursos para reparar seus erros passados, enquanto ao filho de quem falamos, se empregou mal o seu tempo, nenhum recurso resta. QUESTÕES PARA ESTUDO: 1. Como se dá a intervenção de Deus nas penas e recompensas que receberemos na vida futura? 2. Essas penas ou recompensas perdurarão eternamente?


Conclusão

1. Como se dá a intervenção de Deus nas penas e recompensas que receberemos na vida futura? Deus intervém nas penas e gozos da vida futura através de suas leis sábias e soberanas. Ele não precisa ficar à espreita de nossos atos e pensamentos, vigiando-nos diuturnamente. As leis morais foram estabelecidas e limites foram postos. Sua justiça opera-se automaticamente, por leis e forças que ainda não conhecemos inteiramente, mas que, dentre as quais, com certeza, encontra-se a lei de causa e efeito, com suas atenuantes e agravantes. 2. Essas penas ou recompensas perdurarão eternamente? O Espiritismo nos ensina que estamos em evolução rumo à perfeição relativa. As penas e recompensas com que nos defrontaremos durante a caminhada serão conseqüências da maneira como nos portarmos perante as leis naturais. Tanto umas como outras são temporárias, pois a Justiça Divina não se coaduna com a idéia de sofrimentos eternos nem gozos infinitos sem que atinjamos a perfeição possível. As penas e as recompensas funcionam, portanto, como correção de rumos, quando infringimos a Lei ou estímulos para continuarmos no caminho certo, quando nos portamos de conformidade com elas.