O Livro dos Espíritos
154 - Amor materno e filial
a) O amor materno constitui, ao mesmo tempo, uma virtude e um sentimento instintivo, que a Natureza
concedeu à mãe no interesse da conservação dos filhos.
b) No homem, esse amor persiste pela vida inteira e sobrevive mesmo à morte do corpo físico; no animal,
limita-se às necessidades materiais e cessa quando esses cuidados se tornam desnecessários.
c) Embora seja lei da Natureza o amor materno, por vezes ocorre mães odiarem os filhos, o que pode
acontecer por se constituir uma prova que o filho escolheu ou uma expiação, se, noutra existência, foi mau
pai ou mãe. Em todo caso, denotará uma violação das leis naturais por parte da mãe, que não ficará impune,
sendo o filho recompensado pelos obstáculos que haja superado.
d) A paternidade e a maternidade são um encargo confiado aos pais, que têm o dever de se esforçarem para
encaminharem os filhos para o bem (questões 582 e 583). O descumprimento desse dever não pode ser
justificado pelo fato dos filhos terem lhes causados desgostos, que, muitas das vezes, são conseqüências do
mau desempenho de sua missão. Há, pois, que colherem os resultados.
QUESTÕES PARA ESTUDO E PARTICIPAÇÃO:
1 - Podemos afirmar que também no animal encontramos o amor materno?
2 - Perante o plano espiritual, podem os pais justificar a falta de amor aos filhos pelo comportamento reprovável
destes, nessa ou em passada encarnação?
Conclusão
1 - Podemos afirmar que também no animal encontramos o amor materno?
Os animais têm vida material e não vida moral, como vimos no estudo da Lei de Sociedade. Sendo assim,
nessa etapa do estágio evolutivo do princípio inteligente, o amor materno é reflexo da vida material, ou seja,
limita-se às necessidades materiais do ser. Ao chegar ao reino hominal, tornando-se espírito e passando a
vivenciar, além da vida material, uma vida moral, esse amor adquire nova conotação, não mais existindo em
função apenas das necessidades materiais. Sobrevive à morte e perdura no além-túmulo, ao contrário do
que ocorre no reino animal, em que cessa quando não mais se tornam necessários os cuidados materiais.
2 - Perante o plano espiritual, podem os pais justificar a falta de amor aos filhos pelo comportamento
reprovável destes, nessa ou em passada encarnação?
A paternidade/maternidade é uma missão que os pais assumem de se esforçarem por encaminhar os filhos
para o bem. Independentemente do comportamento destes, o amor paterno/materno lhes será sempre devido,
até porque, muitas das vezes, esse comportamento reprovável é uma provação para os pais, em função de
terem sido maus filhos em pretérita encarnação. À violação desse dever os pais não se furtarão de responder,
no plano espiritual, assim como os filhos responderão pelo mau comportamento que tiverem.