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O Livro dos Espíritos

128 - Pena de Morte

a) A pena de morte, um dia desaparecerá da legislação humana, o que, embora ainda muito distante, representará um progresso da humanidade. b) Kardec comenta que, apesar de o progresso social ainda deixar muito a desejar, seria injusto para com a sociedade moderna não se ver um progresso nas restrições à pena de morte no seio dos povos mais adiantados. c) Há outros meios de o homem preservar a sua vida, como determina a lei de conservação, que não matando. Além disso, deve-se sempre garantir ao criminoso o direito ao arrependimento. d) À medida que se instrui, o homem compreende melhor o que é justo e o que é injusto e elimina os excessos que em épocas menos adiantadas cometia em nome da justiça, por achá-los necessários. e) Em outras épocas, mortes aconteciam em nome da justiça e, até, da divindade, o que era considerado natural. Assim o que, numa época, é considerado justo, em outra parece bárbaro, pois as leis humanas mudam com o progresso, até ficarem de acordo com as leis divinas, estas, sim, eternas. f) Constitui equívoco invocar-se a pena de talião para aplicar a pena de morte a um assassino. É certo que ele será punido naquilo em que pecou. Mas essa justiça quem deve aplicar é Deus, através da lei de causa e efeito. g) Quando o homem aplica a pena de morte em nome de Deus, na verdade, está pretendendo tomar o seu lugar na distribuição da justiça. Os que agem assim estão longe de compreender Deus e terão que expiar esses assassínios. QUESTÕES PARA ESTUDO E PARTICIPAÇÃO: 1) Como interpretarmos a aplicação da pena de morte ao longo da história da civilização humana? 2) Quando Jesus disse a um de seus apóstolos <br>quem matou com a espada, pela espada perecerá<br>, não estaria autorizando a aplicação da pena de morte? 3) Qual a influência do progresso da humanidade na diminuição da aplicação da pena de morte? 4) Além do dever natural de respeitar a vida de nossos semelhantes, que outro motivo encontraram os Espíritos para reprovarem a pena de morte?


Conclusão

1) Como interpretarmos a aplicação da pena de morte ao longo da história da civilização humana? A pena de morte é uma criação que vem da época em que a humanidade recém saíra do estado primitivo. Com o progresso social, a sua aplicação foi sendo paulatinamente abolida pelos povos, que a restringiram a poucos tipos de crimes. De início, aplicava-se em nome da justiça e, até, em honra da Divindade. Hoje, poucos povos ainda a adotam e em circunstâncias que podem se considerar exceções. 2) Quando Jesus disse a um de seus apóstolos ###quem matou com a espada, pela espada perecerá###, não estaria autorizando a aplicação da pena de morte? Com esta afirmação, Jesus quis ensinar a lei de causa e efeito, mostrando que cada um será punido naquilo em que houver pecado. Não autorizou, porém, a ninguém fazer o papel de aplicador da lei. A chamada 'lei de talião### é um instrumento da justiça de Deus, a quem cabe única e exclusivamente a sua aplicação. 3) Qual a influência do progresso da humanidade na diminuição da aplicação da pena de morte? Com o progresso, o homem foi entendendo que o assassínio de seu semelhante, ainda que em nome da lei, representa um ato bárbaro e que há outros meios de se preservar a sociedade. O que em uma época parece normal, em outra, em que os povos se encontrem mais adiantados, parecerá bárbaro, pois somente as leis divinas são perfeitas e eternas. As humanas continuarão mudando com o progresso, até se encontrarem de acordo com aquelas. 4) Além do dever natural de respeitar a vida de nossos semelhantes, que outro motivo encontraram os Espíritos para reprovarem a pena de morte? Destacaram os Espíritos que, além de todos os fatores que a tornam contrária às leis divinas, a pena de morte ainda impede ao criminoso condenado o direito ao arrependimento, primeiro passo para a transformação do homem, objetivo maior da nossa encarnação.