Ação e Reação

005 – Almas enfermiças

Queridos Irmãos,

Que Jesus ilumine a todos nesse novo capitulo da obra de Andre Luiz e
possamos ser iluminados para a conquista da verdadeira felicidade.

Soni@

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE

Sala de Estudos André Luiz

Livro em estudo: Ação e reação

Tema: Capítulo 5 - ALMAS ENFERMIÇAS

Findo o repouso a que nos dedicáramos, Silas, por inspiração do
dirigente da casa, veio convidar-nos a rápido passeio pelos arredores.
.....
Hilário e eu, alegremente, pusemo-nos no encalço do companheiro que,
transpondo conosco largo portão de acesso ao exterior, nos disse,
bem-humorado, decerto ciente de nossos objetivos:
- Sem qualquer dúvida para nós, que voltamos recentemente da Terra, as
províncias infernais, muito mais do que as celeste, são adequadas às nossas
pesquisas sobre a lei de causa e efeito, de vez que o crime e a expiação, o
desequilíbrio e a dor fazem parte de nossos passos que a gloria e o
regozijos angélicos representam estados superiores de consciência que nos
transcendem a compreensão.
E, espraiando o olhar pelos quadros tristes em derredor, acrescentou,
reduzindo a frase a comovente inflexão:
- Estamos psiquicamente mais perto do mal e do sofrimento....
....
A medida que nos afastávamos, empreendíamos mais vasta penetração na sombra
densa, a espressar-se cada vez mais, alumiada, porém, aqui e ali, por tochas
mortiças, como se a luz, nos sítios em torno, lutasse terrivelmente para
nutrir-se e sobreviver.
Soluços e gritos, imprecações e blasfêmias emergiam da treva.
...
Achamo-nos efetivamente na zona posterior ao nosso instituto, em larga
faixa superlotada de Espíritos conturbados e sofredores.
.........
.....Hilário indagou:
- E este ambiente, assim tumultuado pelo infortúnio, conta com o amparo de
que necessita?
- Sim - aclarou nosso amigo -, muitas criaturas recuperadas na Mansão
aceitam
aqui preciosas tarefas de auxilio, incumbindo-se da assistência fraterna, em
largos setores desta região torturada.Melhoras lá, trazem para aqui as
bênçãos recolhidas, tornando-se em valiosos elementos de serviço de ligação.
Através delas, a administração do nosso instituto atende a milhares de
consciências necessitadas e sabe com sede acesso a nossa casa, após a
transformação gradual a que se ajustam. Espalhando-se nos campos de sombra
em pequenos santuários domésticos, aqui continuam a própria restauração,
aprendendo e servindo.
........
- Acha justo que tanta gente aqui se aglutine em semelhante desolação?
Silas sorriu, triste, e obtemperou:
- Compreendo-lhe o pesar. Indiscutivelmente, tanta dor reunida não seria
justa se não viesse de
quantos preferiram no mundo o trato diário com a injustiça. Não é claro,
porem, que todos venhamos a colher o fruto da plantação que nos pertence? Na
mesma leira de terra dadivosa e neutra, quem protege o jardim tem a flor que
perfuma. O solo da vida é idêntico para nós todos. Não encontraremos aqui
neste imenso palco de angustia almas simples e inocentes, mas sim criaturas
que abusaram da inteligência e do poder, e que, voluntariamente surdas à
prudência, se extraviaram nos abismos da loucura e da crueldade, do egoísmo
e da ingratidão, fazendo-se temporariamente presas das criações mentais,
insensatas e monstruosas, que para si mesmas teceram.
Nossa conversação foi interrompida de imediato, à frente de pequenas casas
a confundir-se com o nevoeiro , de cujo interior brotava reconfortante jorro
de luz.
Cães enormes que podíamos divisar cá de fora, na faixa de claridade
bruxuleante, ganiam de estranho modo, sentindo-nos a presença.
De súbito, um companheiro de alto porte e rude aspecto apareceu e
saudou-nos da diminuta cancela, que nos separava no limiar, abrindo-nos
passagem.
Silas no-lo apresentou, alegremente.
Era orzil, um dos guardas da Mansão, em serviço nas sombras.
...
Afastou-se Orzil para sossegar os grandes animas menos domesticados, no
interior da choupana, e, enquanto isso, o Assistente informou-nos:
- É um amigo de cultura ainda escassa que se comprometeu em delitos
lamentáveis no mundo. Sofreu muito sob o império de antigos adversários, mas
presentemente, após longo estagio na Mansão, vem presentemente, após longo
estagio na Mansão, vem prestando valioso concurso nesta vasta região em que
o desespero se refugia. É ajudado, ajudando. E, servindo com desinteresse e
devoção fraterna, não somente se reeduca como também suavizará o campo da
nova existência que o aguarda na esfera carnal, pelas simpatias que atraindo
em seu favor.
- Vive só? - perguntei, mal sopitando a curiosidade.
- Dedica-se a meditações e estudos de natureza pessoal - comentou Silas,
paciente -, mas, como acontece a muitos outros auxiliares, tem consigo
algumas celas ocupadas por entidades em tratamento, prestes a serem
recebidas em nossa instituição.
.....
Como quem se punha em socorro do companheiro, Silas aduziu:
....... É necessário se disponham à conformação clara e pacifica para que,
ainda mesmo semi-inconscientes, consigam acolher com proveito o auxilio que
se lhes estende aos corações.
.......
- Temos três internados em franca situação de inconsciência.
........
A medida que nos acercávamos do refugio, desagradável odor nos afetava as
narinas.
Respondendo-nos à inquirição intima, o Assistente salientou:
- Vocês não ignoram que todas as criaturas vivem cercadas pelo halo vital
das energias que lhes vibram no âmago do ser e esse halo é constituído por
partículas de força s se irradiarem por todos os lados, impressionando-nos o
olfato, de modo agradável ou desagradável, segundo a natureza do individuo
que as irradia. Assim sendo, qual ocorre na própria Terra, cada entidade
aqui se caracteriza por exalação peculiar.
........
Silas percebeu-nos a estranheza e endereçou interrogativo olhar ao
encarregado daquele oratório de purgação, o qual informou, presto:
- Temos conosco o irmão Corsino, cujo pensamento continua enrodilhado ao
corpo sepulto, de maneira total. Enredado à lembrança dos abusos a que se
entregou na carne ainda não conseguiu desvensilhar-se da lembrança daquilo
que foi, o primeiro a imagem do próprio cadáver à tona de todas as suas
recordações.
.........
Deixamos o doente, imprecando contra nós, de punhos cerrados, e
abeirando-nos de outra cela.
Ante a palavra de Silas, que nos recomendava observar o quadro em foco,
fitamos o novo enfermo, um homem profundamente triste, sentado ao fundo da
prisão, de cabeça pendida entre as mãos e de olhos fixos em parede próxima.
Seguindo-lhe a atenção no ponto que concentrava os seus raios visuais, a
modo de espelho invisível retratando-lhe o próprio pensamento, vimos larga
tela viva na rua, conseguimos distingui-lo no volante de um carro,
perseguindo um transeunte bêbado, até matá-lo, sem compaixão.
.............
- Vimos dois irmãos infelizes, vivendo entre as imagens mantidas por eles
mesmos, através da força mental com que as alimentam.
Neste instante, alcançávamos o terceiro cubículo , em que um homem feridente
esvurmava as feias chagas usando as próprias unhas.
A atmosfera francamente pestilencial exigia enorme disciplina contra a
eclosão de nossas náuseas.
Assinalando-nos a presença, avançou para nós, clamando amargamente:
- Compadecei-vos de mim! Sois médicos? Atendei-me por amor de Deus! Vede os
detritos em que me apoio.
........
A repetição os rogos, contudo, derramava-se em tom imperativo, como se as
palavras humildes do petitório fossem apenas o disfarce de uma ordem
tiranizante.
............
De regresso ao tugúrio de Orzil, perguntei sem preâmbulos:
- Nossos irmãos doentes desse modo, estarão segregados, até que se renovem?
- Perfeitamente - aclarou Silas, bondoso.
- É que devem fazer para atingir a melhora necessária? - indagou Hilário com
insofreável assombro.
Nosso amigo sorriu e obtemperou:
- O problema é de natureza mental. Modifiquem as próprias idéias e
modificar-se-ão.
......
Fiquem pois sabendo que nossas criações mentais preponderam fatalmente em
nossa vida. Libertam-nos quando se enraízam no bem que sintetiza as Leis
Divinas, me encarceram-nos quando se firmando no mal, que por essa razão ao
visco sutil da culpa.
.............
Estudamos três tipos de almas que deixaram na existência ultima somente
quadros tristes e lamentáveis nos quais não dispõem de atenuantes que lhes
empalideçam as faltas indiscutíveis.
......
Sob forte emoção, Hilário considerou:
- Agora percebo com mais clareza o beneficio concreto da oração e da
piedade, da simpatia e do socorro, que na Terra, deveríamos dispensar,
sinceramente, aos chamados mortos...
- Sim, sim... - respondeu Silas, prestimoso - todos estamos ligados uns aos
outros, na carne e fora da carne, e achamo-nos livres ou prisioneiros, no
campo da experiência, segundo as nossa obras, através dos vínculos de nossa
vida mental. O bem é a luz que liberta, o mal é a treva que aprisiona ....
Estudando as leis do destino, é preciso atentar para semelhantes realidades
indefectíveis e eternas.


QUESTÕES PARA O ESTUDO

1) Apesar de alguns irmãos viverem em locais de profundas sombras fora dos
muros da Mansão , não ficam em desamparo. Como é feita a ajuda a esse irmãos
?

2) Como podemos justificar esse trabalho que o irmão Orzil presta a ele
mesmo nesse trabalho em serviço das sombras?

3) Qual seria o principal motivo que impede a esses irmãos rebeldes a
conviver dentro da Mansão?

4) Silas disse a Hilário que o problema desses irmãos eram de ordem mental e
que se modificasse as próprias idéias eles se modificar-se-iam. Como podemos
justificar essa afirmativa?

5) Qual o caminho que aquelas almas doentias devem trilhar para que possam
sair daquele estado doloroso que se encontram?

6) Segundo Hilário, como nós, enquanto encarnados, devemos agir com os
"mortos"?




Conclusão

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Sala de Estudos André Luiz



Livro em estudo: Ação e reação

Tema: Capítulo 5 - Almas enfermiças (Conclusão)



QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1) Apesar de alguns irmãos viverem em locais de profundas sombras fora dos muros da Mansão , não ficam
em desamparo. Como é feita a ajuda a esses irmãos?

R - A ajuda dos benfeitores aos espíritos que padecem nas regiões inferiores do mundo espiritual está sujeita ao seu estado psíquico. A assistência deve ser prestada na forma compatível com a capacidade desses irmãos em aproveitá-la. O mundo
espiritual benfeitor, contudo, nunca deixa de prestar-lhes algum tipo de socorro, como vemos nos exemplos de que dá notícia
o presente capítulo. Os espíritos que se encontravam naqueles locais de profundas sombras ainda manifestavam-se em
desespero e grave desequilíbrio, com suas consciências nutridas por um permanente sentimento de revolta. Não podiam, no estado em que se encontravam, ser acolhidos pela Mansão Paz, pois, certamente, semeariam a perturbação do ambiente. Mas o auxílio divino não deixa de se fazer presente e, tão logo apresentem-se em condições de atenderem ao socorro, este é
prontamente prestado, na forma que lhes convém naquele momento. Cada um é ajudado de acordo com as suas necessidades. Como aconteceu com os internos na casa que visitavam.

2) Como podemos justificar esse trabalho que o irmão Orzil presta a ele mesmo nesse trabalho em serviço das
sombras?

R - Orzil era um espírito em recuperação. Quando na vida física, comprometera-se em delitos, segundo esclareceu o assistente.
O trabalho valioso que prestava ao cuidar daquele local e dos irmãos ali internados era, após uma passagem na Mansão Paz
que o ajudou a readquirir o equilíbrio, não só uma maneira de reeducá-lo, como também de prepará-lo para o faturo retorno à encarnação, atenuando as provações que através dela teria de se submeter. Ajudando, estava, também, sendo ajudado.

3) Qual seria o principal motivo que impede a esses irmãos rebeldes a conviver dentro da Mansão?

R - Os espíritos que se encontravam internos na casa ainda expressavam um estado de rebeldia e insensatez, manifestando inconformismo com a desencarnação. Suas consciências os condenavam pelos erros praticados em suas últimas passagens terrenas e com isso não se conformavam. Sem que se dispusessem à conformação, não poderiam acolher com proveito o auxílio que lhes seria prestado pela Mansão, além de, encontrando-se em estado de grave desequilíbrio mental, trazerem prejuízo ao ambiente espiritual reinante no local. Os espíritos que lá se encontravam, como explicou o assistente Silas, não poderiam ser colocados em liberdade sem graves prejuízos para si mesmos. A internação naquela casa era o auxílio de que necessitavam, até conseguirem modificar suas tomadas mentais.

4) Silas disse a Hilário que o problema desses irmãos era de ordem mental e que se modificassem as próprias idéias
eles se modificar-se-iam. Como podemos justificar essa afirmativa?

R - Como disse o assistente Silas, " ... nossas criações mentais preponderam fatalmente em nossa vida. Libertam-nos quando se enraízam no bem que sintetiza as Leis Divinas, e encarceram-nos quando se firmando no mal, que por essa razão ao visco sutil da culpa". O pensamento gera ondas de força que interpenetram o fluido universal, irradiando e assimilando energias com as quais se sintonizam. Como explicou, "...nossos pensamentos, ondas de energia sutil, de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas que nos afetam a memória, agem e reagem sobre si mesmos, em circuito fechado, e trazem-nos, assim, de volta, as sensações desagradáveis, hauridas ao contacto de nossas obras infelizes". Conforme a natureza destas energias, situamos a nossa posição mental. Os espíritos em questão nutriam pensamentos de ódio, vingança e se sentiam condenados pela consciência, recebendo de volta essas energias negativas que deles emanavam, o que gerava a enfermidade
que seus psiquismos apresentavam, levando-os àquele estado de perturbação e desequilíbrio.

5) Qual o caminho que aquelas almas doentias devem trilhar para que possam sair daquele estado doloroso que se
encontram?

R - Cabia a eles próprio encontrar o caminho que lhes proporcionasse a saída daquele estado doloroso em que se encontravam. A única maneira que a lei divina lhes oferece é a modificação de seus tônus mentais. Para tanto, fazia-se necessário que se
ligassem a pensamentos de natureza diversa daqueles que nutriam, voltando-os para a renovação no bem, orando e vigiando, trabalhando e servindo, aprendendo e amando.


6) Segundo Hilário, como nós, enquanto encarnados, devemos agir com os "mortos"?

R - De acordo com Hilário, devemos dedicar aos desencarnados " ... o beneficio concreto da oração e da piedade, da simpatia
e do socorro, ... ", ou seja, envolvê-los sempre, através de nossas preces e de nossos pensamentos, em vibrações de paz, de amor, de harmonia e rogando a Jesus que, por seus emissários de luz, dêem-lhes muita força para que possam prosseguir
suas caminhadas, na nova forma de vida em que estagiam.

Muita paz a todos.

Equipe CVDEE
Sala André Luiz
Coordenação: eqpal@cvdee.org.br