Entre a Terra e o Céu

017 – Recuando no tempo

Trechos do Capítulo:

“Depois de nosso esforço de autocondensação, para o necessário ajuste vibratório, Clarêncio abeirou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era caracterísitco e , em nos reconhecendo, Mário associou-nos a presença ao pesadelo da véspera e passou a clamar:

_ Meu caso não é com a polícia! .... não precisamos de qualquer delegado aqui!...

_ Calma, amigo! _ respondeu o Ministro , atencioso _ Não somos quem julgas. Estamos aqui para que te lembres... É indispensável te recordes.

E situando a destra na fronte do enfermeiro, reparamos que Mário Silva aquietava-se, de repente.

O semblante dele acusou estranha metamorfose.

Afigurou-se mais elegante , mais jovem.

Abriu desmesuradamente os olhos, depois de alguns momentos, e exclamou, semi-aterrado:

_ Ah! Agora! ... agora me lembro!.... meu agressor de ontem é Leonardo Pires... Como poderia esquece-lo assim tão infantilmente? Como não rememorar? Disputávamos a mesma mulher...(...)

(...)

Mário fixou desagradável carantonha e acentuou:
_ Sou um poço de fel. Não posso modificar-me... Haverá paz sem justiça e haverá justiça sem vingança?

Nosso orientador ergueu a voz calmante e considerou generoso:

_ Ë necessário esquecer o mal, meu amigo. Sem aquela atitude de perdão, recomendada pelo Cristo, seremos viajores perdidos no cipoal das trevas de nós mesmos. Sem amor no coração, não teremos olhos para a luz.

Silva dispunha-se a responder, entretanto, Amaro fizera ligeiro movimento e mostrou-se-nos singularmente renovado. Seu veículo espiritual parecia haver regredido no tempo. Revelava-se mais leve e mais ágil e sua face impressionava pelos traços juvenis.

Buscou aproximar-se do enfermeiro num gesto natural de cordialidade, todavia, em lhe observando o rosto metamorfoseado, o antagonista bradou entre o ódio e a angústia:

_ Armando! Armando! ... Pois és tu? O Amaro que hoje detesto é o mesmo Armando de ontem? Onde me encontro? Enlouqueci, porventura? ...

(...)

_ Não precisei despender grande esforço para que a memória de Amaro tornasse ao pretérito. O sofrimento reparador conferiu-lhe à mente e à sensibilidade recursos novos. Bastou-me tocá-lo de leve, para que aproveitasse a digressão do antigo companheiro, recuperando as recordações da época em estudo...

(...)

_ Agora é o momento de nosso amigo. Comentaste o pretérito à vontade. É indispensável que Amaro fale por sua vez. A justiça, em qualquer solução, deve apreciar todas as partes interessadas.

(...)

QUESTÕES INICIAIS PARA O ESTUDO:

01) O capítulo em estudo traz, durante o sono físico dos protagonistas da história narrada, o exercício da regressão de memória nos espíritos de Mário Silva e Amaro. Por que a necessidade de que fosse feita referida regressão? Qual a finalidade da mesma? Justificar.

02) O que podemos entender da seguinte assertiva : “Depois de nosso esforço de autocondensação, para o necessário ajuste vibratório, Clarêncio abeirou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era caracterísitco e , em nos reconhecendo, Mário associou-nos a presença ao pesadelo da véspera..”?

03) Como podemos entender e adequar à atualidade as seguintes colocações:

a) Ë necessário esquecer o mal, meu amigo. Sem aquela atitude de perdão, recomendada pelo Cristo, seremos viajores perdidos no cipoal das trevas de nós mesmos. Sem amor no coração, não teremos olhos para a luz.

b) Agora é o momento de nosso amigo. Comentaste o pretérito à vontade. É indispensável que Amaro fale por sua vez. A justiça, em qualquer solução, deve apreciar todas as partes interessadas.

04) Qual o ensinamento que o capítulo lhe trouxe?


Conclusão

Após condensarem seus perispíritos para poderem ser vistos pelos dois espíritos em perturbação, os benfeitores
espirituais induziram ambos à recordação dos fatos pretéritos, que deram origem à desavença que os levou ao
estado de sofrimento por que passavam.


QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO


1 - O capítulo em estudo traz, durante o sono físico dos protagonistas da história narrada, o exercício da regressão
de memória nos espíritos Mário Silva e Amaro. Por que a necessidade de que fosse feita referida regressão? Qual
a finalidade da mesma? Justificar.

A regressão de memória operada por Clarêncio nos dois espíritos desafetos visava obter a revelação de fatos
ocorridos no passado e que poderiam estar influenciando em seus psiquismos. Identificando o fato que deu origem
ao processo de perturbação, os benfeitores ficaram em condições de iniciar o tratamento psicológico que os dois
necessitavam.


2 - O que podemos entender da seguinte assertiva: _ Depois de nosso esforço de autocondensação, para o
necessário ajuste vibratório, Clarêncio abeirou-se dos dois amigos, com o amoroso poder que lhe era característico
e, em nos reconhecendo, Mário associou-nos a presença ao pesadelo da véspera..._ ?

A diferença de nível evolutivo entre os benfeitores espirituais e os dois protagonistas do drama era enorme. Mário
Silva e Amaro encontravam-se num patamar de evolução muito inferior, presos, ainda, a acontecimentos passados
que os mantinham vinculados numa relação de ódio, remorso e desejo de vingança. Com seus psiquismos fixados
naqueles fatos e sustentando tais sentimentos, vibravam numa faixa muito abaixo dos benfeitores, o que não lhes
permitia vê-los. Para que pudessem se tornar visíveis aos dois, Clarêncio, André Luiz e Hilário tiveram que condensar
seus perispíritos, tornando-os mais densos, a fim de ajustá-los ao grau vibratório daqueles dois espíritos.


3 - Como podemos entender e adequar à atualidade as seguintes colocações:

a - "É necessário esquecer o mal, meu amigo. Sem aquela atitude de perdão, recomendada pelo Cristo, seremos
viajores perdidos no cipoal das trevas de nós mesmos. Sem amor no coração, não teremos olhos para a luz".

A Lei é de amor. Somente através dele se dá a evolução. Devemos esquecer o mal eventualmente praticado contra
nós, compreendendo que o irmão que assim procede ainda carece de esclarecimento. Temos estudado, em
capítulos anteriores, os efeitos do perdão e a necessidade de sua prática, dando e recebendo. Ele nos libera dos
efeitos dos fluidos deletérios que nos é transmitido pelos maus pensamentos contra nós dirigidos.

Lembremos sempre o que nos ensinou Jesus:

" Se vieres ao altar fazer a tua oferta e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa diante do altar a tua oferta e vai conciliar-te primeiro com teu irmão. Depois, vem e faze a tua
oferta. Reconcilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que
não aconteça que o adversário te entregue ao Juiz; o Juiz ao oficial de justiça e sejas recolhido à
prisão. Em verdade te digo que de lá não sairás enquanto não pagares o último ceitil. "
(Mateus, 5.23-26)


b - "Agora é o momento de nosso amigo. Comentaste o pretérito à vontade. É indispensável que Amaro fale por sua
vez. A justiça, em qualquer solução, deve apreciar todas as partes interessadas".

Clarêncio demonstra o equilíbrio de sempre, característico dos espíritos evoluídos. Era indispensável conhecer a
verdade por inteiro, ou, pelo menos, a versão de ambas as partes. Era importante para o tratamento que ambos, não
apenas extravasassem suas realidades, mas que, também, conhecessem a verdade um do outro.


4 - Qual o ensinamento que o capítulo lhe trouxe?

O ensinamento maior é que não devemos cultivar desavenças do passado. Devemos olhar sempre para frente, buscar
evoluir, sem ressentimentos, ódios e desejos de vingança. É mais um ensinamento em direção ao perdão.