Entre a Terra e o Céu

004 – Sendas de Provas

Livro : Entre a Terra e o Céu
Tema : Sendas de Provas
Referência : Capítulo IV
data : 31/01/2001


INICIO CAPÍTULO IV

" - Amaro experimentava imensa devoção afetiva pelo
filhinho. Sabendo-o sem o carinho materno e reconhecendo
que a madrasta não primava pelo amor, junto ao enteados,
cobria o caçula de mimos. Assemelhavam-se a dois velhos
amigos...Zulmira, em razão disso, ralada de despeito,
passou a ver no menino um adversário..."

"... Zulmira , pouco a pouco, permitiu que o ódio lhe
ocupasse o coração e deixou que o ciúme a enceguecesse a
ponto de suspirar pelo desaparecimento do
rapazinho...alimentava secreto anseio de presenciar-lhe
o fim. Chegava mesmo a estimular-lhe indébitas incursões
na via pública, admitindo que algum veículo podia fazer
o que não tinha coragem de realizar com as próprias
mãos...Foi nesta disposição de espírito que acompanhou a
família ao banho matinal...Amaro e a filhinha
distanciaram-se...Zulmira assumia a guarda do
garoto...Não seria aquele o momento azado para consumar
o velho propósito ? E se relegasse o menino a si mesmo ?
Ninguém poderia culpá-la...Passou do projeto à ação e de
pronto afastou-se. Em se vendo a sós , o enteado,
interessou-se mais vivamente pelas conchas coloridas e
foi mar a dentro até que um onda mais veloz o tragou. A
criança gritou, pedindo-lhe amparo... Realmente, poderia
ter retrocedido alguns passos, salvando-a, mas vencida
pelos sinistros pensamentos que lhe dominavam a cabeça,
esperou que o mar conscluisse o horrível trabalho que
não tivera coragem de executar..."

" ...Zulmira ausentara-se do corpo mas não desfrutava de
paz...enlaçada por Odila, com evidentes sinais de
terror, ouvia as objurgatórias da rival que a acusava :
- Que fizeste de meu filhinho ? Assassina ! assassina !
Pagarás muito caro a intromissão no lar que é
sómente ,meu !...
- Não, não ! ... -respondia a vítima.- Não matei ! não
fui em quem matou !..."

"- Júlio trazia consigo a morte prematura no quadro de
provações. Era um suicida reencarnado...A segunda esposa
de Amaro porém sofre o resultado das infelizes
deliberações que albergou no espírito...Odila que
poderia perceber a verdade por estar no plano
espiritual , em vista do apego enlouquecedor que tem
pelo marido, tem o centro genésico plenamente
descontrolado e isso lhe impede a visão mais ampla..."

Considerações feitas pelo Ministro :

"- No sentido da Lei, Zulmira não é culpada...Todavia,
quem de nós não é responsável pelas ideias que arroja em
si mesmo ? Nossas intenções são atenuantes ou agravantes
das faltas que cometemos. Nossos desejos são forças
mentais coagulantes, materializando-nos as ações que, no
fundo , constituem o verdadeiro campo em que a nossa
vida se movimenta..."

QUESTÕES A SEREM ESTUDADAS :

01- Qual sentimento predomina em Zulmira ?

a- O amor pelo marido
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

02- Qual sentimento prenomina em Odila ?

a- O amor pelo marido e pelo filho
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

03- O ciúme é uma real demonstração de amor ?

04- Odila estava certa em obsediar Zulmira já que esta
tinha deixado seu filho perecer ?

05- Zulmira é culpada pela morte do enteado ?

06- Por que Odila não consegue perceber o que aconteceu
com seu filho realmente já que está no plano espiritual ?

07- O enteado de Zulmira foi uma vítima ?

08- Existem vítimas em qualquer história de vida ?

- *CARPE DIEM ! (*APROVEITE SEU DIA !)
PAZ E LUZ
Irmã Lua

Conclusão

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE

www.cvdee.org.br - Sala Virtual de Estudos Nosso Lar

Estudo das obras de André Luiz


Livro em estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema: Senda de provas
Referência: Capítulo IV
Dia: 31/01/02




C O N C L U S Ã O


Emancipada do corpo físico pelo sono, Zulmira encontra-se com a Odila, sua obsessora, tem com ela um áspero
diálogo, onde fica demonstrada a identidade vibratória em que se situavam. O benfeitor Clarêncio aproveita a
oportunidade para explicar os acontecimentos que deram origem ao processo obsessivo e ministrar valiosos
ensinamentos a cerca do tema.


QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO


1.- Qual sentimento predomina em Zulmira?

a- O amor pelo marido
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

Zulmira ainda cultivava um ciúme injustificável do marido. Não aceitou o amor deste pelos filhos, notadamento pelo
menor desencarnado e contribuiu decisivamente para que sua desencarnação se operasse. Não se pode falar em
verdadeiro amor numa situação dessas. O verdadeiro amor não nutre sentimento de posse, que é a grande causa
do ciúme.


2.- Qual sentimento prenomina em Odila?

a- O amor pelo marido e pelo filho
b- A vaidade caracterizada pelo ciúme

Odila se encontrava na mesma situação espiritual de Zulmira. Como esta, também sustentava um ciúme doentio
pelo marido e não aceitava a idéia de ter de se afastar dele e viver na nova condição de desencarnada. Aliás, a
identidade de sentimentos é que fez com que ambas vibrassem numa mesma faixa, possibilitando um
entrelaçamento de pensamentos que resultou num processo obsessivo de graves proporções. Não tinha amor
pelo marido, mas, apenas, atendia aos apelos do sexo, exacerbado pela paixão.


3.- O ciúme é uma real demonstração de amor?

O verdadeiro amor não convive com o ciúme. Uma real demonstração de amor é a confiança no ser amado, é a
sua aceitação como ele é e não como gostaríamos que fosse. Como se disse aqui, uma real demonstração de
amor "é compreensão, confiança, afeto" pois o amor é "uma das únicas, senão a única coisa que não diminui
quando dividido. O ciume é demonstração de insegurança e desequilíbrio emocional. Em doses extremas,
transforma-se em doença, como se vê no caso em questão."



4.- Odila estava certa em obsediar Zulmira já que esta tinha deixado seu filho perecer?

A obsessão nunca é uma atitude correta. O obsessor é um espírito ainda muito atrasado em sua evolução, que não
confia nem aceita as leis divinas. Não sabe que, ao obsidiar o próximo, está causando um mal também a si próprio.
Enquanto se dedica ao processo obsessivo, deixa de adquirir atributos que impulsionarão o seu progresso, ficando
sua evolução estagnada. Enquanto não muda de atitude, o obsessor cada vez mais se afasta da verdadeira felicidade,
que só o amor pode construir.



5.- Zulmira é culpada pela morte do enteado?

Clarêncio considerou que Zulmira não era culpada pelo acidente que vitimou o filho de Amaro e Odila, considerando
o fato em si. No entanto, não deixou de responsabilizá-la pelas idéias que cultivou, durante todo o tempo, de se livrar
do menor, que considerava um entrave entre ela e o marido. Conforme explicou o benfeitor, os desejos expressos em
nossos pensamentos são forças mentais que se materializam em ações. Sustentando o desejo de se livrar do
pequeno, Zulmira acabou sendo levada à prática de abandoná-lo à própria sorte, em pleno mar, que ensejou o seu
afogamento. Nem mesmo o carma trazido por aquele espírito isenta Zulmira de responsabilidade, pois a lei de causa
e efeito cumpre-se naturalmente, sem que ninguém precise se arvorar em seu executor.



6.- Por que Odila não consegue perceber o que aconteceu com seu filho realmente já que está no plano espiritual?

Como temos visto em nossos estudos, o poder de percepção do espírito depende do seu estado de equilíbrio em que
se encontra e de sua evolução. Odila se encontrava absolutamente desequilibrada e demonstrava ser espírito pouco
evoluído. Não percebeu, sequer, a presença dos socorristas espirituais. Seu psiquismo não lhe permitia ter a real
consciência do que se passava em seu redor.



7.- O enteado de Zulmira foi uma vítima?

Foi vítima de seus próprios atos. Como esclareceu Clarêncio, Júlio trouxe para essa encarnação a programação de
uma morte prematura. Era a forma de expiar gravíssima infração às leis divinas, praticada em reencarnação pretérita,
em que se suicidara. Naturalmente, a lei de causa e efeito se faria presente, ainda que Zulmira não houvesse tramado
o acidente fatal. O magnetismo que rege o Universo o levaria a uma circunstância que, de uma ou outra maneira, faria
com que desencarnasse em tenra idade.


8.- Existem vítimas em qualquer história de vida?

Vítimas podemos ser apenas de nossos atos e pensamentos, como podemos ser deles beneficiários. A escolha é
sempre nossa. Para tanto, Deus nos dotou de livre-arbítrio, que nos permite escolhermos o caminho que nos levará
à perfeição possível e, com esta, à felicidade eterna ou reino do céu, como disse Jesus em sua passagem pela carne.



Muita paz a todos.

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