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A Gênese

066 - Geração espontânea (itens 20 a 23)

Obs: À época em que a presente obra foi escrita, a questão da geração espontânea ainda não se encontrava resolvida pela ciência. O assunto dividia a comunidade científica e, sendo assim, mantendo o critério de não aceitar nada que não tivesse passado pelo método experimental, Kardec tratou do assunto condicionalmente, sem concluir, afirmativa ou negativamente. Alguns anos após a publicação da obra, Louis du Pasteur, conhecido biólogo francês, apresentou sua teoria demonstrando que os microrganismos estão presentes em toda parte, podendo qualquer matéria inanimada ser facilmente contaminada por eles. Diante disso, a comunidade científica passou a rejeitar a Teoria da Geração Espontânea, passando a adotar em seu lugar a Teoria denominada de Biogênese, segundo a qual uma forma de vida somente se origina a partir de outra preexistente. 1.- Formam-se, nos tempos atuais, seres orgânicos pela simples reunião dos elementos que os constituem, sem germens, previamente produzidos pelo modo ordinário de geração, ou, por outra, sem pais nem mães? Os partidários da geração espontânea respondem afirmativamente, apoiando-se em observações diretas, que parecem concludentes. 2.- Pensam outros que todos os seres vivos se reproduzem uns pelos outros, firmados sobre o fato, que a experiência comprova, de que os germens de certas espécies vegetais e animais, mesmo dispersos, conservam latente vitalidade, durante longo tempo, até que as circunstâncias lhes favoreçam a eclosão. Esta maneira de entender deixa sempre em aberto a questão da formação dos primeiros tipos de cada espécie. 3.- Sem discutir os dois sistemas, convém acentuar que o princípio da geração espontânea evidentemente só se pode aplicar aos seres das ordens mais ínfimas do reino vegetal e do reino animal, àqueles em os quais a vida começa a despontar e cujo organismo, extremamente simples, é, de certo modo, rudimentar. Foram esses, com efeito, os primeiros que apareceram na Terra e cuja formação houve de ser espontânea. Assistiríamos assim a uma criação permanente, análoga à que se produziu nas primeiras idades do mundo. 4.- Mas, então, por que não se formam da mesma maneira os seres de complexa organização? Que esses seres não existiram sempre, é fato positivo; logo, tiveram um começo. Se o musgo, o líquen, o zoófito, o infusório, os vermes intestinais e outros podem produzir-se espontaneamente, por que não se dá o mesmo com as árvores, os peixes, os cães, os cavalos? Param aí, por enquanto, as investigações; desaparece o fio condutor e, até que ele seja encontrado, fica aberto o campo às hipóteses. Fora, pois, imprudente e prematuro apresentar meros sistemas como verdades absolutas. 5.- Se a geração espontânea é fato demonstrado, por muito limitado que seja, não deixa de constituir um fato capital, um marco de natureza a indicar o caminho para novas observações. Sabe-se que os seres orgânicos complexos não se produzem dessa maneira; mas, quem sabe como eles começaram? Quem conhece o segredo de todas as transformações? Vendo o carvalho sair da glande, quem pode afirmar que não exista um laço misterioso entre o pólipo e o elefante? No estado atual dos nossos conhecimentos, não podemos estabelecer a teoria da geração espontânea permanente, senão como hipótese, mas como hipótese provável e que um dia, talvez, tome lugar entre as verdades científicas incontestes. QUESTÕES PARA ESTUDO a) Como podemos entender o processo de geração espontânea dos seres vivos, defendido à época desta obra por alguns cientistas? b) Por que esta teoria não mais é aceita pela ciência?


Conclusão

A teoria da geração espontânea dos seres vivos encontra-se refutada pela ciência. Hoje, é aceita a teoria denominda ###Biogênese###, segundo a qual todo o organismo vivo é gerado por outro. É o que restou comprovado das experiências laboratoriais realizadas pelo cientista francês Louis Pasteur, demonstrando que os microrganismos estão presentes em toda parte, podendo qualquer matéria inanimada ser facilmente contaminada por eles. QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO a) Como podemos entender o processo de geração espontânea dos seres vivos, defendido à época desta obra por alguns cientistas? A teoria de geração espontânea dos seres vivos, em voga à epoca em que Kardec escreveu ###A Gênese###, sustentava a possibilidade da formação de seres orgânicos pela simples reunião dos elementos que os constituem, sob condições favoráveis, sem germens previamente produzidos pelo modo ordinário de geração. Seria a continuação do mesmo processo pelo qual se formaram os primeiros seres que surgiram na Terra. b) Por que esta teoria não mais é aceita pela ciência? De acordo com o resultado de pesquisas experimentais realizadas por Pasteur, restou comprovado por este cientista que os microrganismos estão presentes em toda parte, podendo qualquer matéria inanimada ser facilmente contaminada por eles. Diante disso, a comunidade científica passou a rejeitar a Teoria da Geração Espontânea dos seres vivos, passando a adotar em seu lugar a teoria denominada ###Biogênese###, segundo a qual uma forma de vida somente se origina a partir de outra, preexistente. Resta, como vimos no estudo de capítulo anterior, a elucidação sobre a formação dos primeiros seres, aqueles que permitiram o início do processo de formação dos que se seguiram. A hipótese mais provável, como vimos anteriormente, é que se formaram pela combinação de elementos em virtude da lei de afinidade molecular, comandada por leis e forças que ainda desconhecemos. A geração espontânea seria, assim, o processo pelo qual se formaram os primeiros exemplares de cada tipo. Os que se seguiram foram formados da maneira comprovada pela teoria da Biogênese, ou seja, originados uns dos outros.