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A Gênese

034 - A criação primária (ítens 12 a 16)

1.- Como vimos em capítulo anterior, o tempo não é mais do que uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias e que a eternidade é essencialmente una, imóvel e permanente, insuscetível de qualquer medida de duração. Para ela não há começo nem fim. 2.- Existindo, por sua natureza, desde toda a eternidade, Deus criou desde toda eternidade e não poderia ser de outro modo, visto que, por mais longínqua que seja a época a que recuemos, pela imaginação, os supostos limites da criação, haverá sempre, além desse limite, uma eternidade, durante a qual a matéria permaneceu em letargia inativa e infecunda. O Universo, nascido do Eterno, remonta a períodos inimagináveis do infinito de duração, ao Fiat Lux! do início. 3.- O começo absoluto das coisas remonta, pois, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constituem a ordem da criação perpétua. A ninguém é dado saber da grandiosidade que ficou oculta nesses tempos antigos, em que nada do Universo atual existia; nessa época primitiva em que a matéria que haveria de se agregar no futuro encontrava-se no seis dos vácuos infinitos; quando aquela voz misteriosa, que toda criatura venera e estima como a de uma mãe, produziu notas harmoniosamente variadas, para irem vibrar juntas e modular o concerto dos céus imensos! 4.- Revestido das leis mencionadas e da impulsão inicial inerente à sua formação mesma, a matéria Cósmica primitiva fez que sucessivamente nascessem turbilhões, aglomerações desse fluido difuso, amontoados de matéria nebulosa que se cindiram por si próprios e se modificaram ao infinito, para gerar, nas regiões incomensuráveis da amplidão, diversos centros de criações simultâneas ou sucessivas. 5.- Em virtude das forças que predominaram sobre um ou outro desses centros e das circunstâncias ulteriores que presidiram aos seus desenvolvimentos, esses centros primitivos se tornaram focos de uma vida especial: uns, menos disseminados no espaço e mais ricos em princípios e em forças atuantes, começaram desde logo a sua particular vida astral; outros, ocupando ilimitada extensão, cresceram com lentidão extrema, ou de novo se dividiram em outros centros secundários. 6.- Transportando-nos a alguns milhões de séculos atrás, somente, verificamos que a nossa Terra ainda não existe; que mesmo o nosso sistema solar ainda não começou as evoluções da vida planetária; mas, que, entretanto, já esplêndidos sóis iluminam o éter; já planetas habitados dão vida e existência a uma multidão de seres, nossos predecessores na carreira humana; que as produções opulentas de uma natureza desconhecida e os maravilhosos fenômenos do céu desdobram, sob outros olhares, os quadros da imensa criação. 7.- Ainda uma vez; compreendamos melhor a Natureza. Saibamos que atrás de nós, como à nossa frente, está a eternidade; que o espaço é teatro de inimaginável sucessão e simultaneidade de criações. Tais nebulosas, que mal percebemos nos mais longínquos pontos do céu, são aglomerados de sóis em vias de formação; tais outras são vias-lácteas de mundos habitados; outras, finalmente, sedes de catástrofes e de deperecimento. Saibamos que, assim como estamos colocados no meio de uma infinidade de mundos, também estamos no meio de uma dupla infinidade de durações, anteriores e ulteriores; que a criação universal não se acha restrita a nós, que não nos é lícito aplicar essa expressão à formação isolada do nosso pequenino globo. QUESTÕES PARA ESTUDO a) Podemos estabelecer a época do início da criação primária das coisas? b) O que existia antes da criação da Terra? c) E o Universo? Devemos entender haver sido criado como hoje o conhecemos?


Conclusão

O começo absoluto das coisas remonta a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constituem a ordem da criação perpétua. A ninguém é dado saber da grandiosidade que ficou oculta nesses tempos antigos, em que nada do Universo atual existia. Revestido das leis e das forças que lhe são inerentes e da impulsão inicial do Criador, a matéria Cósmica primitiva foi sendo transformada, dando origem a uma diversidade de fenômenos que deram ao Universo a sua formação atual. QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO a) Podemos estabelecer a época do início da criação primária das coisas? O começo absoluto das coisas está intimamente ligado à existência de Deus. Como Deus é infinito, ou seja, não teve começo nem terá fim, tendo existido de todo o sempre, concluiremos que o mesmo se dá com a eternidade. Tendo o Universo nascido do Eterno, a sua criação remonta a época inimaginável, ao Fiat Lux! da gênese mosaica. O início da criação primária, pois, remonta à própria Divindade. Por mais que imaginemos recuar no tempo, mesmo hipoteticamente, até onde vai a nossa capacidade de imaginação, milhões de século atrás, jamais chegaremos à época do começo da criação. b) O que existia antes da criação da Terra? Antes de criado o planeta Terra, já inúmeros sóis iluminavam o éter; planetas já eram habitados por seres humanos que nos precederam e inúmeros fenômenos se multiplicavam no céu. Essas informações demonstram o quanto equivocadas as concepções geocêntricas da Terra e as que consideram o homem terreno o único no Universo. Como disseram os Espíritos, são frutos do orgulho e da vaidade humanas. ###Julgam que só para eles criou Deus o Universo###. Portanto, antes da criação da Terra e após o seu perecimento, existiu e existirá sempre uma eternidade. Aglomerados se sóis em formação; vias-lácteas, umas de mundos habitados, outras, sediando catástrofes e deperecimento. Está a Terra, pois, no meio de uma infinidade de mundos, anteriores e posteriores, uma vez que a criação universal não se acha a ela restrita. c) E o Universo? Devemos entender haver sido criado como hoje o conhecemos? Ainda hoje não conhecemos todo o Universo. Menos, ainda, podemos saber sobre a sua existência em tempos remotos. Sendo o poder criador é coerente e nunca se contradizendo, podemos deduzir que, como todas as coisas, o Universo nasceu criança e, por ação das leis e das forças que estudamos anteriormente, foi e continua se transformando. Após a impulsão inicial do Criador, a matéria cósmica primitiva foi sendo elaborada, gerando inúmeros fenômenos no processo de formação, que serão estudados nos capítulos seguintes.