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A Gênese

031 - O espaço e o tempo (ítem 2)

1.- Assim como o espaço, o tempo também por si só se define. É a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito. 2.- No começo da Terra, o tempo ainda não saíra do misterioso berço da Natureza e ninguém pode dizer em que época de séculos isso se deu. De repente, surge a primeira hora da Terra, que começa a se mover no espaço e, desde então, há tarde e amanhã. Para lá da Terra, a eternidade permanece impassível e imóvel, embora o tempo marche com relação a muitos outros mundos. Para a Terra, o tempo a substitui e durante uma determinada série de gerações contar-se-ão os anos e os séculos. Imaginando o seu final, temos que o tempo não mais reaparecerá, interrompendo-se a sucessão dos eventos. Cessam os movimentos terrestres que mediam o tempo e o tempo acaba junto com eles. 3.- Esta simples exposição do nascimento, vida e extinção do tempo basta para mostrar que ele é uma gota dágua que cai da nuvem do mar. Cada mundo tem o seu tempo, diversos e incompatíveis uns com os outros. Fora dos mundos, somente a eternidade substitui essas efêmeras sucessões e enche a imensidade dos céus. Imensidade e eternidade sem limites, tais as duas grandes propriedades da natureza universal. 4.- Sendo o tempo apenas a relação das coisas transitórias e dependendo unicamente das coisas que se medem, se tomássemos os séculos terrestres por unidade e os empilhássemos aos milheiros, para formar um número colossal, esse número nunca representaria mais que um ponto na eternidade, do mesmo modo que milhares de léguas adicionadas a milhares de léguas não dão mais que um ponto na extensão do espaço. 5.- Se imaginarmos um número prodigioso de séculos, um número inconcebível, ainda assim, esse amontoado de séculos seria como se não existisse: diante de nós estaria sempre toda a eternidade. O tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias; a eternidade não é suscetível de medição, do ponto de vista da duração. Para ela não há começo nem fim: tudo lhe é presente. QUESTÕES PARA ESTUDO a) Qual o ponto comum entre as definições de espaço e tempo? b) Qual o conceito de tempo, segundo o espírito Galileu e adotado por Kardec?


Conclusão

C O N C L U S Ã O O tempo é apenas a medida de relação das coisas transitórias. Sem elas, não existiria o tempo. Se imaginarmos um número prodigioso de séculos, um número inconcebível, ainda assim, esse amontoado de séculos seria como se não existisse: diante de nós estaria sempre toda a eternidade. QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO a) Qual o ponto comum entre as definições de espaço e tempo? Tanto o espaço como o tempo têm em comum a sua relação com o todo infinito, ou seja, um e outro não podem ser delimitados, nem mesmo imaginariamente. O tempo está intrinsecamente ligado à eternidade, assim como o espaço está ligado ao infinito. b) Qual o conceito de tempo, segundo o espírito Galileu e adotado por Kardec? Segundo o espírito Galileu, o tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias. Perante a eternidade, o tempo não existe, não é suscetível de medição. Para a eternidade, não há começo nem fim: tudo lhe é presente. O tempo surgiu com o começo da Terra, quando esta começou a se mover no espaço. Até então, a eternidade permanecia imóvel, somente se contando o tempo com relação a outros mundos. Cessando os movimentos terrestres que permitem medi-lo, o tempo acabaria juntamente com eles. É, portanto, apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias. A eternidade não é suscetível dessa medição.