O Evangelho segundo o Espiritismo

061 – É permitido repreender, notar as imperfeições e divulgar o mal de outrem?


Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE061b - Cap. X - Itens 19 a 21
Tema: É permitido repreender, notar as
imperfeições e divulgar o mal de
outrem?
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A - Texto de Apoio:
Ninguém sendo perfeito, seguir-se-á que ninguém tem o direito de repreender o seu próximo?


Certamente que não é essa a conclusão a tirar-se, porquanto cada um de vós deve trabalhar pelo progresso de todos e, sobretudo, daqueles cuja tutela vos foi confiada. Mas, por isso mesmo, deveis fazê-lo com moderação, para um fim útil, e não, como as mais das vezes, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a repreensão é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda seja cumprido com todo o cuidado possível. Ao demais, a censura que alguém faça a outrem deve ao mesmo tempo dirigi-la a si próprio, procurando saber se não a terá merecido. - S. Luís. (Paris, 1860.)

Será repreensível notarem-se as imperfeições dos outros, quando daí nenhum proveito possa resultar para eles, uma vez que não sejam divulgadas?


Tudo depende da intenção. Decerto, a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta. Dá-se inteiramente o contrário quando, estendendo sobre o mal um véu, para que o público não o veja, aquele que note os defeitos do próximo o faça em seu proveito pessoal, isto é, para se exercitar em evitar o que reprova nos outros. Essa observação, em suma, não é proveitosa ao moralista? Como pintaria ele os defeitos humanos, se não estudasse os modelos? - S. Luís. (Paris, 1860.)

Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem?


É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se toma apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes. - São Luís. (Paris, 1860.)

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Mesmo imbuídos de boa intenção e moderação, que outro fator devemos levar em conta ao censurar o procedimento do próximo?

2 - Que proveito devemos tirar para nós das imperfeições alheias?

3 - Que outra maneira (indireta) existe de repreender o erro do próximo, sem alardear?


Conclusão

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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EESE061b - Cap. X - Itens 19 a 21
Tema: É permitido repreender, notar as
imperfeições e divulgar o mal de
outrem?
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A - Conclusão do Estudo:
Antes de repreender alguém, verifiquemos se não praticamos o ato cencurado: a autoridade de censura está no exemplo do bem que dá aquele que censura. Enquanto a censura bem intencionada esclarece e orienta, o bom exemplo convence.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Mesmo imbuídos de boa intenção e moderação, que outro fator devemos levar em conta ao censurar o procedimento do próximo?

Devemos primeiramente, verificar se não adotamos o mesmo procedimento que reprovamos no próximo. Senão, onde encontramos a força moral necessária para repreendê-lo?

Devemos tomar para nós os conselhos que dermos aos outros. Em termos de bons procedimentos, ninguém pode exigir de outrem, aquilo que não pratica.

2 - Que proveito devemos tirar para nós das imperfeições alheias?

Elas nos alertam para o dever de nos auto-avaliar, a fim de verificar o que temos a corrigir, antes de censurar os outros, sobretudo porque cada um tem o direito de agir como melhor lhe apraz.

"Precisamos nutrir o cérebro de pensamentos limpos, mas não está em nosso poder exigir que os semelhantes pensem como nós." (Emmanuel e André Luiz / livro: Estude e Viva. nº 22).

3 - Que outra maneira (indireta) existe de repreender o erro do próximo, sem alardear?

Podemos demonstrar, também, a nossa reprovação ante as imperfeições do próximo, e alertá-lo para isso, através do bom exemplo que possamos dar com o nosso proceder.

Enquanto a censura - bem intencionada - consegue esclarecer e orientar, o bom exemplo convence.