O Livro dos Médiuns

076 – SEGUNDA PARTE-Capítulo XXV–Das evocações-item 283

Reflexões:

1) A evocação em nome de Deus sempre afastará os maus espíritos?Por quê?

2) Explique o fenômeno da ubiquidade.

3) Por que os espíritos verdadeiramente elevados não respondem às nossas evocações?

4) Por que não é recomendável evocar-se alguém que desencarnou recentemente?

Conclusão

CONCLUSÃO

1) Nem sempre. Muitos maus espíritos sequer se abalam em falar falsamente em nome de Deus. A utilização dessa fórmula (ou cuidado), por outro lado, só é válida se for sincera, de coração, e é essa superioridade moral que vai afastar os maus espíritos e atrair os bons, pois no momento que nos elevamos moralmente em todos os sentidos, estaremos falando em nome de Deus, mesmo sem citá-lo.

2) Segundo o Micaelis, (1) Qualidade do que está ou pode estar em muitos lugares ao mesmo tempo ou quase ao mesmo tempo. (2) Caráter ou propriedade do ser que está real e integralmente presente em todos os lugares ao mesmo tempo.
Segundo o LE (q. 92), Os Espíritos não têm o dom da ubiquidade. Um Espírito não pode dividir-se, ou existir em muitos pontos ao mesmo tempo; não pode haver divisão de um mesmo Espírito; mas, cada um é um centro que irradia em várias direções. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. A força de irradiação depende do grau de pureza de cada um. Cada Espírito é uma unidade indivisível, mas cada um pode lançar seus pensamentos para diversos lados, sem que se fracione para tal efeito. Nesse sentido unicamente é que se deve entender o dom da ubiquidade atribuído aos Espíritos. Dá-se com eles o que se dá com uma centelha, que projeta longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte; ou, ainda, o que se dá com um homem que, sem mudar de lugar e sem se fracionar, transmite ordens, sinais e movimento a diferentes pontos.
Então, o fenômeno da ubiquidade em relação aos espíritos, refere-se à capacidade de irradiação do Espírito, isto é, a faculdade que o Espírito tem de se comunicar em vários lugares ao mesmo tempo sem estar nesses lugares necessariamente.

3) Pela dificuldade que opomos a eles, que pode ser moral ou material, dificultando sua aproximação - eles só se comunicam com os que são puros e sinceros e essas qualidades, isentas de orgulho e egoísmo, ainda são raras entre nós... Porém eles jamais deixam de atender uma apelação sincera e justa através de seus auxiliares, se é que se pode chamar assim os espíritos que trabalham no bem, mas ainda estão no caminho da perfeição.

4) O espiritista sincero deve buscar o conforto moral, em tais casos, na própria fé que lhe deve edificar intimamente o coração. Não é justo provocar ou forçar a comunicação com esse ou aquele desencarnado. Além de não se conhecer as possibilidades de sua nova condição na esfera espiritual, devemos atender ao problema com nosso próprio esforço. O homem pode desejar isso ou aquilo, mas há uma Providência que dispõe no assunto, examinando o mérito de quem pede e a utilidade da concessão. Qualquer comunicado com o Invisível deve ser espontâneo, e o espiritista cristão deve encontrar na sua fé o mais alto recurso de cessação do egoísmo humano, ponderando quanto à necessidade de repouso daqueles a quem amou, e esperando a sua palavra direta, quando e como julguem os mentores espirituais conveniente e oportuno (O Consolador).