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213b – Tema: Maternidade/paternidade na adolescência/juventude - nossa conversa sobre 02

Lindinhos, este texto tb. é interessante embora contenha alguns pontos "polemicos".


Um abraço


Mi


Gravidez na Adolescência

O relatório recém divulgado do Sistema Único de Saúde (SUS) mostra que em 2000, dos 2,5 milhões de partos realizados em hospitais públicos no país, 27, 56% (689 mil) eram de adolescentes.
O assunto já é conhecido. A novidade é o continuado aumento desse número apesar dos esforços do Ministério da Saúde. A gravidez na adolescência é uma situação indesejável por razões já bem conhecidas. Será que todas as autoridades e, sobretudo a população em geral, estão informadas e conscientizadas sobre este fato? E mobilizados para combatê-la?
Como em muitas outras situações de risco para a criança e o adolescente - acidentes, violência intrafamiliar, violência sexual, uso de drogas - apenas para citar alguns, ouso dizer que não. A maioria não está sensibilizada para o tema e crê, ingenuamente (e egoisticamente) que trata-se de um problema dos outros e nunca da sua própria família. Até ter que viver a situação de perto e tomar uma decisão junto com seus filhos.
Há pouco tempo atrás, participei, em Brasília, de um encontro sobre gravidez na adolescência. O tema, de tão polêmico, ocupou mais de duas horas da reunião. Apesar de vozes discordantes, houve uma tendência, por parte dos debatedores, a considerar uma questão de opção pessoal a gravidez na adolescência. Um deles chegou a questionar: a gravidez na adolescência é não desejada por quem? Pelos pais ou pela adolescente que tomou essa decisão? Exemplos pessoais e familiares de gravidez na adolescência com "final feliz", foram enumerados. Questões éticas e legais foram levantadas. O médico pode receitar contraceptivos para uma adolescente sem o conhecimento dos pais ou estará ferindo a ética médica se o fizer? O pai adolescente pode ser legalmente obrigado a assumir os ônus da gravidez e da paternidade? O que deve fazer, do ponto de vista da ética, o médico que tomar conhecimento pela sua cliente, uma adolescente, da sua gravidez? Contar aos pais , mesmo sem consentimento da
sua jovem cliente?
Os prejuízos de uma gravidez para o desenvolvimento psicológico e social de uma adolescente são evidentes. A mulher vem assumindo cada vez mais seu verdadeiro papel na sociedade moderna. E esse não é apenas o de mãe. A opção da mulher pela sua participação em todos os setores da sociedade é hoje uma realidade. Na década de 60, a taxa de fertilidade da mulher brasileira era de seis filhos, hoje é de 2,5 filhos por mulher. A classe média opta por um ou, já raramente, por dois filhos. Em muitos países do mundo, as taxas de crescimento populacional são negativas. Ou seja, a mulher, ou melhor, o casal opta pelo seu desenvolvimento pessoal e reconhece que filhos podem atrapalhar seus planos, suas vidas. E nada mais correto. Ter filhos é assumir grandes responsabilidades. É ter que renunciar a muitos desejos pessoais. A maturidade não pode ser encarada de outra forma. Ter filhos deve ser uma decisão acima de tudo responsável, tomada pelo homem e pela mulher.
E é isso que ocorre na quase totalidade de casos de gravidez na adolescência? É claro que não. Que condições tem uma adolescente de decidir que, aos 15 anos, sacrificará parte de sua vida para cuidar de um bebê? Insisto, a expectativa normal, nos dias de hoje de uma jovem, é participar intensamente da vida em sociedade e isso implica em projetos a médio e longo prazo, dos quais o ter filhos não faz parte.
Na maioria das vezes a gravidez na adolescência é não desejada mesmo, ou inesperada, como querem impor alguns. Abortar, não assumir a maternidade entregando os filhos para os avós cuidarem, ou carregar filhos como estorvos, não podem ser condutas aceitas pela sociedade.
Os técnicos do Ministério da Saúde conhecem bem tudo isso e buscam formas de controlar, de reduzir a gravidez na adolescência. E como fazê-lo? Além do atendimento a necessidades básicas de um adolescente, em pleno desenvolvimento, como opções de crescimento intelectual, de capacitação profissional e de emprego e combate à desigualdade social, a maneira mais direta, mais tangível é informar. Orientar sexualmente crianças e adolescentes e prepará-los para uma vida participativa na comunidade. Isso se faz através da família, da escola e da sociedade. A esses segmentos, que se constituem em modelos a serem seguidos por crianças e adolescentes, cabe a responsabilidade de serem referência de valores éticos e morais, de condutas que permitam a um ser em desenvolvimento o conhecimento da realidade da vida.
Enfatizamos ainda o papel fundamental da mídia, dos modelos por ela divulgados e, obviamente dos ídolos. A erotização precoce de crianças e adolescentes, uma das grandes causas da gravidez na adolescência, tem como grande estímulo os modelos exercidos pelas novelas, pelos enlatados, pelos programas de baixo nível que enaltecem o sexo, quase sempre desvinculado do afeto.
A ABRAPIA mantém, em parceria com o Ministério da Justiça, um telefone nacional para denúncias de Exploração Sexual Infanto-Juvenil. De cada cem protestos recebidos, oitenta são sobre o sexo na TV.
O alvo dos nossos ministros, não só do Ministro da Saúde, deve ser também a mídia de baixo nível, modelo e referência da pior qualidade para crianças e adolescentes, e volto a afirmar, grandes responsáveis pela banalização não só do sexo, mas da violência.
É necessário, acima de tudo portanto, um maior compromisso da sociedade, se contrapondo à gravidez precoce.

Lauro Monteiro Filho
Médico Pediatra/Presidente da ABRAPIA
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Prezados amigos virtuais,

Vou dar um pitaco nesse tema, apesar de não ser mãe e de há muito já ter passado da adolescência. Além de concordar com todas as colocaçoes anteriores, inclusive do combinado com a espiritualidade antes da encarnação, penso que a maternidade na adolescência também pode acontecer em funçao da carência afetiva do adolescente, da falta de um objetivo de vida, de não ter uma ocupação, seja com estudo, cultura e/ou lazer e também de sua necessidade de se afirmar como pessoa, como também da fantasia de que o amor só vem através da relação com o outro e que o sexo é a porta para esse amor. Daí canalizarem no sexo todas suas fichas e...

Abraços

Luiza

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Miriam:

Ótimos os textos e os muitos depoimentos sobre o tema. Tivemos uma abordagem sistemica e mutidisciplinar que será muito útil para todos.

Parabéns

Luiza
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Nós apesar ded sermos racionais também somos criatura de Deus, vivemos na pré-história como animais inracionais, dai que temos nossos instintos animais. Por isso não vejo nada de mal na maternidade na adolesciencia. Só acho que os pais tem que conversar francamente com as filhas sobre a natureza humana que temos nossos instintos sexuais e que após a prim eira mestruação a manina paça a ser uma mulher, a minha avó pro parte de mãe teve o seu primeiro filhbo aos 13 anos de idade. O dom mais bonito Deus deu a mulher e trazer seus filhos no mundo para viver e aprender. >
dionisio
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Amigas e Amigos Listanos, Bom Dia!
Eis aí, bem compreendível a mensagem de dionisiosilvalima.Opino que ela liga com belos laços os aspetos mais importantes do tema." O dom mais bonito de Deus" conferido ao espírito que abraça a missão maternal, faz grande diferença, capaz de grandes avanços tanto para o indivíduo como para aqueles que nascerão e contribuirão na construção de uma humanidade felizmente cristã. Toda a vida em si, é criadora e por isso reprodutiva;daí porque entre os humanos portadores dos instintos animais, não se deva ver o mal, na precoce maternidade.Aliás, como definir o "que" da precocidade e o "que" do momento considerado como certo?De fato, a canalização da falta de afetividade e a mente e o corpo desocupados para a função genésica, reduz para um ponto, a nossa ampla sexualidade, que é a nossa vida como um todo.Não é fácil representar o tema linearmente, numa relação direta de causa-efeito; ele exige outras relações espaço-temporais, pois estamos tratando de um complexo relacional tal como- Deus/criatura; criatura consigo mesma;criatura com o outro mais próximo; e qualquer criatura com o que ela age co-criando para si e dentro dos limites socio-ambientais. Quebrar arestas,polir sentimentos, dar cor e harmonia,tudo isso e muito mais seria impossível sem a presença do coração materno.
Bom Domingo! Bonan dimancxon!
Neider
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É isso aí, amigos!

A verdade aprendida e apreendida em seus diversos angulos: os intuídos, os percebidos e os apontados pelos outros.

Abraços e bom domingo a todos

Luiza


Conclusão