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041c – Tema: Livre - Por que os jovens bebem tanto - conversa sobre dois textos

“A PORTA MAIS LARGA DO MUNDO”

Um homem parou a frente de um pequeno bar. Tirando do bolso um metro, mediu a porta. Dois metros de altura por oitenta centímetros de largura. Admirado mediu-a de novo. Não contendo sua admiração, mediu-a pela terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes.
Curiosos os transeuntes começaram a parar: primeiro um pequeno grupo, depois um maior, por fim uma multidão. Votando-se para o povo, o homem exclamou vivamente impressionado: parece mentira.
Esta porta mede apenas oitenta centímetros de largura, no entanto, por esta porta passou o meu dinheiro, passaram meus móveis, passou minha casa com terreno, passou a minha saúde, passou o pão de meus filhos, passaram as esperanças de minha esposa, passou toda a felicidade de meu LAR...
ESTA PORTA, senhores é a PORTA MAIS LARGA DO MUNDO. Guardando o metro saiu rua afora. O povo se dispersou. Cada um levava no coração a amargura daquela triste experiência.
Não experimentes álcool, meu amigo. Começando com um cálice, ele tende a dominar-te por completo. Não entres por esta PORTA: de aparência tão estreita, pode passar por ela tudo o que tens de mais caro na vida. Mede-a por fora... e segues o teu caminho.
Se tu tens em tua família um membro que tenhas problemas de alcoolismo, procure o Grupo de Alcoólicos Anônimos de sua cidade.
Evite o primeiro gole.
A. A. é fé e esperança.
O homem de verdade, é aquele que junta seus próprios pedaços e volta a ser outro homem, outra vez.

Abraços capixabas e recheados de humildade e paz,
Márcio.
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O Preto Velho

Dando início a uma destas reuniões mediúnica num centro espírita orientado pela doutrina de Allan Kardec, foi feita a prece de abertura por um dos presentes. Iniciando-se as manifestações, pequenas mensagens de consolo e apoio, foram dadas pelos desencarnados aos membros da reunião.
Quando se abriu o espaço destinado à comunicação de Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado: a médium Letícia fica sob a influência de um Espírito.
O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas-vindas, em nome de Jesus.
- Seja bem-vindo, meu irmão, nesta casa de caridade, disse-lhe Dr. Anestor.
O espírito respondeu:
- Boa noite, Fio. Suncê me dá licença prá eu me aproximá de seus trabalhos, Fio?".
- Claro, meu companheiro, nosso centro espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o diretor da mesa.
Todos os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, a entidade continuou:
-"Vósmecê não tem aí uma cachacinha prá eu bebê, Fio?".
- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz dos terreiros, que é o de ingerir bebidas alcoólicas. O Espírito precisa evoluir, completou o dirigente.
- Vósmecê num tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Fio.
- Ora, meu irmão, você deve deixar o mais breve possível este hábito adquirido nas práticas de terreiro, se é que queres progredir. Que benefícios traria isso a você?
O preto-velho respondeu:
- Preto-véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos médiuns não faz uso do cigarro, Fio?
Suncê mesmo num toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que
tem o seu Espírito que beberica `whisky lá fora, do meu Espírito que quer beber aqui dentro? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncês fuma na rua, daquele que eu quero pitar aqui dentro, Fio?
Dr. Anestor não pôde explicar, mas resolveu arriscar: - Ora, meu amigo,nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar os trabalhos deJesus. O preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:
- Caro dirigente, na escola espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais centro espírita. Para nós, estudiosos da alma, o templo da verdade é o do
Espírito. E é ele que está sendo profanado com o uso do álcool e do fumo, como vêm procedendo os senhores.
Vosso exemplo na sociedade, perante os estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é fundamental na vida de quem quer ensinar.
Houve grande silêncio diante de tal argumentação segura. Pouco depois, o Espírito continuou:
- Suncê me adescurpa a visitação que fiz hoje, e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para donde vim, mas antes, Fio, queria deixar a suncês um conselho: que tomem cuidado com suas obras, pois, como diria
Nosso Sinhô, tem gente coando mosquito e engolindo camelos.
- Cuidado, irmãos, muito cuidado. Preto-véio deixa a todos um pouco da paz que vem de Deus. Ficam meus sinceros votos de progresso a todos os que militam nesta respeitável Seara".
Dado o conselho, afastou-se para o mundo invisível. Dr. Anestor ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar "daquela forma", mas não houve resposta.
No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição para todos meditarem.

Abraços capixabas e recheados de humildade e paz,
Márcio.

Conclusão