O Livro dos Espíritos

139 – Desigualdades sociais. Desigualdade das riquezas


a) A desigualdade das condições sociais não são obra de Deus, mas, sim, do próprio
homem.

b) Quando o orgulho e o egoísmo deixarem de predominar, as desigualdades sociais
desaparecerão, restando, apenas, a desigualdade do merecimento. Aqueles que abusam
da superioridade de suas posições sociais para oprimir os fracos em proveito próprio
renascerão numa existência em que terão de sofrer o que tiverem feito sofrer aos outros.

c) A cobiça da riqueza, mesmo quando essa é bem adquirida e os desejos secretos de
possuí-la não constituem sentimentos louváveis, que sofrerão o juízo de Deus, bem mais
severo que o dos homens.

d) Os que herdam uma riqueza inicialmente mal adquirida não podem ser responsabilizados
por isso, principalmente se o ignoram. Muitas vezes, a riqueza vem para proporcionar a
reparação de uma injustiça. Se essa for feita em nome daquele que cometeu a injustiça, a
ambos será a reparação levada em conta.

e) A igualdade absoluta da riqueza não é possível, face a diversidade das faculdades e dos
caracteres dos homens. Se fosse imposta essa igualdade absoluta, em pouco tempo estaria
desfeita pela própria força das coisas.

f) A impossibilidade da igualdade das riquezas não implica na do bem-estar. O verdadeiro
bem-estar consiste em cada um empregar seu tempo como lhe apraza e não na execução de
trabalhos pelos quais nenhum gosto sente. Tendo cada um aptidões diferentes, nenhum trabalho
útil ficaria por fazer. Os homens se entenderão quando praticarem a lei de justiça.

g) A sociedade é, muitas vezes, a principal responsável pela míséria, por não cumprir seu
papel de velar pela educaçào moral de seus membros. A má educação é que os leva ao mau
procedimento, ao invés de sufocar-lhes as tendências perniciosas.

QUESTÕES PARA ESTUDO E PARTICIPAÇÃO

1 - A que os Espíritos atribuem as desigualdades sociais?

2 - Como compreender a desigualdade das riquezas, diante da bondade e da justiça divina?

3 - Sendo a desigualdade das riquezas inevitável, devemos entender que a miséria estará sempre
presente no seio da sociedade?

4 - O que pode a sociedade fazer para atenuar os efeitos da desigualdade das riquezas?




Conclusão


1 - A que os Espíritos atribuem as desigualdades sociais?

Os Espíritos afirmam que as desigualdades sociais são obra do próprio homem e não de
Deus, como comumente o homem habitou-se a pensar. E a causa que as origina é o egoísmo
e orgulho, ainda fortemente presente na humanidade. Quando reinar a lei do amor e a igualdade
entre os homens prevalecer, as desigualdades sociais desaparecerão, surgindo uma civilização
mais justa e com menos sofrimentos.


2 - Como compreender a desigualdade das riquezas, diante da bondade e da justiça divina?

Deus nos dá todos os bens materiais necessários a que todos possam viver dignamente.
Porém, a diversidade das faculdades e dos caracteres da cada espírito encarnado, aliados ao
egoísmo, causam um desequilíbrio na sociedade, que impede a prevalência da lei de igualdade
em toda a sua expressão. Como vimos acima, devemos atribuir unicamente ao próprio homem
essas desigualdades, por não ter ainda aprendido a viver como uma grande família dos filhos de
Deus.

3 - Sendo a desigualdade das riquezas inevitável, devemos entender que a miséria estará sempre
presente no seio da sociedade?

A miséria desaparecerá no dia em que o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Isso
será a conseqüência natural do processo evolutivo dos espíritos que compõem a humanidade
terrena.


4 - O que pode a sociedade fazer para atenuar os efeitos da desigualdade das riquezas?

A sociedade pode contribuir para diminuir a desigualdade das riquezas velando pela educação
moral de seus membros. A má educação é que faz triunfar as tendências perniciosas.