Mecanismos da Mediunidade

08b – Mediunidade e eletromagnetismo (II)

8

Mediunidade e eletromagnetismo
(II)


CAMPO MAGNÉTICO ESSENCIAL — Da associação dos chamados «domínios», surgem as li­nhas de força a entretecerem
o campo magnético essencial ou, mais prôpriamente, o espaço em tor­no de um pólo magnético.
Esse campo é suscetível de ser perfeitamente explorado por uma agulha magnética.
Sabemos que um pólo magnético se caracteriza por intensidade análoga à unidade sempre que es­tiver colocado à distância
de 1 centímetro de um pólo idêntico, estabelecendo-se que a força de repul­são ou da atração existente entre ambos equivale a 1 dina.
É assim que o oersted designa a intensidade do campo que funciona sobre a massa magnética unitária com a força de 1
dina.
Se o campo magnético terrestre é muito redu­zido, formando a sua componente horizontal 0,2 oersted e a vertical 0,5 oersted
aproximadamente, os campos magnéticos, nos fluxos habituais de apli­cação elétrica, demonstram elevado grau de
inten­sidade, qual acontece no campo característico do entreferro anular de um alto-falante, que medeia, aproximadamente, de 7.000 a 14.000 oersteds.
Fácil reconhecer que, em todos os elementos atômicos nos quais os efeitos magnéticos ou «spins» se revelam compensados, os «domínios» ou ímãs microscópicos se equilibram na constituição inter-atômica, com índices de harmonia ou saturação adequados, pelos quais o campo magnético se mos­tra regular, o que não acontece nos elementos em que os «spins» da camada periférica se evidenciam descompensados ou naqueles que estejam sob re­gime de excitação.
Possuímos, na Terra, as chamadas substâncias magnéticas naturais e ainda aquelas que podem ad­quirir semelhantes qualidades artificialmente, como sejam mais destacadamente o ferro, o aço, o co­balto, o níquel e as ligas que lhes dizem respeito, merecendo especial menção o ferro doce, que man­tém a imanização apenas no curso de tempo em que se acha submetido à ação magnetizante, e o aço temperado, que se demora imanizado por mais tempo, depois de cessada a ação referida, em vista de reter a imanização remanente.

FERROMAGNETISMO E MEDIUNIDADE — Após ligeiros apontamentos sobre circuitos elétri­cos e efeitos magnéticos, surpreendemos no ferro-magnetismo um ponto expressivo para o estudo da mediunidade. Perceberemos nas mentes ajustadas aos imperativos da experiência humana, mesmo na­quelas de sensibilidade mediúnica normal, criaturas em que os «spins» ou efeitos magnéticos da ativi­dade espiritual se evidenciam necessàriamente har­monizados, presidindo a formação dos «domínios» ou ímãs diminutos do mundo íntimo em processo de integração, através do qual o campo magnético se mostra entrosado às emoções comuns, ao passo que, nas organizações mentais em que os «spins» ou efeitos magnéticos do pensamento apareçam des­contrabalançados, as propriedades magnéticas pa­tenteiam teor avançado, tanto maior quanto mais vasta a descompensação, plasmando condições me­diúnicas variáveis por exigirem o auxílio de cor­rentes de força que lhes ofereçam o necessário equi­líbrio, o que ocorre tanto com as grandes almas que aceitam ministérios de abnegação e renúncia em planos inferiores, aí permanecendo em posição de desnível, como também com as almas menos enobrecidas, embora em outro sentido, segregadas em aflitivo desajuste nas reencarnações reparado­ras por se haverem onerado perante a Lei.
Vemos, pois, que as mentes integralmente afi­nadas com a esfera física possuem campo magnético reduzido, ao passo que aquelas situadas em condições anômalas guardam consigo campo mag­nético mais vasto, com possibilidades de ampliação, seja nas atividades que se relacionam com o exer­cicio do bem ou naquelas que se reportam à prá­tica do mal.

«DESCOMPENSAÇÃO VIBRATÓRIA» — Sem obstáculo, reconhecemos que a mediunidade ou ca­pacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas as criaturas são dotadas de campo magnético particular, campo esse, porém, que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam temporàriamente em regime de «descompensação vibratória», seja de teor purgativo ou de elevada situação, a transparecer no trabalho expiatório da alma que se rendeu à delinquência ou na ação missionária dos Espíritos de eleição que se entre­gam à bem-aventurança do sacrifício por amor, em estágios curtos ou longos na reencarnação terres­tre, com o objetivo de trazerem das Esferas Supe­riores mais alta contribuição de progresso ao pen­samento da Humanidade.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1) Qual a associação que André Luiz faz entre o ferromagnetismo e a mediunidade? Quais são os pontos comuns que sustentam esta analogia?

2) De que forma o campo magnético individual se relaciona com a condição moral?

3) Como podemos entender a expressão "descompensação vibratória", usada por André Luiz tanto em relação a espíritos em expiação quanto a espíritos missionários?


Conclusão

1) Qual a associação que André Luiz faz entre o ferromagnetismo e a mediunidade? Quais são os pontos comuns que sustentam esta analogia?

Toda atividade espiritual, através do pensamento, gera efeitos magnéticos. As pessoas cujas mentes estão ajustadas à situações comuns da vida, mesmo as que possuem alguma sensibilidade mediúnica, geram campos magnéticos menores, uma vez que impera uma certa harmonia em suas vibrações. Por outro lado, espíritos que estão em condições mais extraordinárias (ou menos comuns), tais os espíritos superiores quando reencarnam, ou espíritos que estão passando por processos expiatórios mais graves, apresentam um campo magnético com características distintas, com certa descompensação, que gera condições mediúnicas variáveis.
Vale a pena frisar, que podemos modificar eventualmente nosso próprio campo magnético através da atividade espiritual, ou exercício da vontade, como occore via de regra no estado de prece, ou durante os passes magnéticos, para citar dois exemplos.

2) De que forma o campo magnético individual se relaciona com a condição moral?

Todos nós apresentamos um campo magnético próprio, particular. A natureza deste campo magnético é essencialmente física e, tal como a faculdade mediúnica, é independente da condição moral do indivíduo. Mas, ainda como a mediunidade, a utilização deste campo magnético, a expressar-se no tipo de influência que recebemos ou exercemos sobre as outras pessoas, está profundamente associado à condição moral. É por isto que encontramos tanto espíritos de elevada hierarquia espiritual quanto espíritos inferiores mas intelectualizados, exercendo sua influência poderosa sobre grandes massas humanas.

3) Como podemos entender a expressão "descompensação vibratória", usada por André Luiz tanto em relação a espíritos em expiação quanto a espíritos missionários?

Podemos entender esta expressão como a falta de harmonia do espírito em relação às experiências comuns relacionadas aos planos físicos. Isto ocorre com espíritos de esferas superiores, cujo perispírito já está em outra faixa vibratória, e que por missão reencarnam na Terra. Essa diferença de vibrações faz que seja necessário um relativo ajuste para que a matéria física, o corpo, possa suportar a carga vibratória destes espíritos. Principalmente como encarnados, a descompensação nestes espíritos é grande, e gera efeitos magnéticos peculiares, tanto no sentido de atração, quanto no de repulsão. Assim vemos almas missionárias que arrastaram multidões e cuja presença, por si só, já influenciava as pessoas positivamente, ao mesmo tempo que geravam cargas de antipatia e mesmo ódio em muitas outras. De certa forma, esta descompensação está presente também em espíritos que passam por processos expiatórios mais sérios, muitas vezes reencarnados depois de décadas ou séculos nos planos espirituais inferiores, e cujo períspirito precisa gradativamente se ajustar às vibrações da matéria física, uma vez que possuem vibrações mais grosseiras que a própria vibração da matéria.