Nos Domínios da Mediunidade
029 – Anotações em serviço
"De retorno ao lar de Áulus, ocorreu-me auscultar-lhe a opinião
com respeito a diverso problemas, sempre vivos ao redor de quantos se
dedicam ao estudo de questões mediúnicas, na atualidade terrestre.
Em companhia do orientador, havíamos tocado de relance, mas seguramente,
palpitante material, que nos facultara excelente curso educativo.
Examináramos, de perto, entre encarnados e desencarnados, a assimilação de
correntes mentais, a psicofonia, a possessão, o desdobramento, a
clarividência, a clariaudiência, as forças curativas, a telepatia, a
psicometria e a materialização, além de alguns do temas de importância
central da mediunidade, como sejam o poder da prece, a fixação mental, a
emersão do subconsciente, a licantropia, a obsessão, a fascinação, a lei
de causa e efeito, o desdobramento no leito de morte e as energias
viciadas, tudo isso em necessidade de recursos a complicações
terminológicas.
Não obstante nosso respeito à ciência humana, indagávamos intimamente por
que motivo tanto embaraço verbalístico em sucessos comuns a todos, quando
a simplificação seria bem mais interessante. Os metapsiquistas chamavam
"criptestesia" à sensibilidade oculta, cripta, e batizaram o conhecimento
de fatos sem o concurso dos sentidos carnais com a palavra "metagnomia"...
Dividiam os médiuns (sujets, na terminologia de alguns investigadores) em
duas categorias, os de "faculdades psicológicas inabituais" e os de
"faculdades mecânico-físico-químicas"... E por aí afora...
Por que não aplainar tais dificuldades de expressão? Afinal - refletia
eu -, a mediunidade, na essência, consulta o interesse da Humanidade
inteira...
Acalentava tais pensamentos, quando Áulus, observando-me, por certo, a
crítica meditada, considerou:
- A mediunidade, indubitavelmente, é patrimônio comum a todos, entretanto,
cada homem e cada grupo de homens no mundo registram-lhe a evidência a seu
modo. De nossa parte, é possível abordá-la com a simplicidade evangélica,
baseados nos ensinamentos claros do Mestre, que esteve em contacto
incessante com as potências invisíveis ao homem vulgar, curando
obsidiados, levantando enfermos, conversando com os grandes instrutores
materializados no Tabor, ouvindo os mensageiros celestiais em Getsemani e
voltando Ele próprio a comunicar-se com os discípulos, depois da morte na
cruz, entretanto, a ciência terrestre, por agora, não pode analisa-la sem
o rigor da experimentação.
O Assistente fez ligeira pausa e prosseguiu:
- Não importa que os aspectos da verdade recebam vários nomes, conforme a
índole dos estudiosos. Vale a sinceridade com que nos devotamos ao bem. O
laborioso esforço da Ciência é tão sagrado quanto o heroísmo da fé. A
inteligência, com a balança e com a retorta, também vive para servir ao
Senhor. Esmerilhando os fenômenos mediúnicos e catalogando-os, chegará ao
registro das vibrações psíquicas, garantindo a dignidade da Religião na
Era Nova.
Não desejava, porém, situar a conversação nos domínios científicos. Nosso
aprendizado atingia o marco final. Aquela era a última noite em que
podíamos desfrutar a sábia companhia do orientador e propunha-me ouvi-lo
quanto à mediunidade em si.
Por essa razão, provoquei o diálogo que passarei a desdobrar.
- É justo que a Ciência não examine o campo mediúnico por nosso prisma -
aleguei. - A lógica e a experimentação positiva caminham por estradas
muito diferentes daquelas que conhecemos no itinerário da intuição. No
entanto, nas próprias correntes do Espiritualismo, vemos a mediunidade
atormentada pelas mais diversas interpretações...
- Que pretende você dizer, André? - falou o instrutor, com brandura.
Lembro-me daqueles irmãos que acoimam os médiuns de insanos e loucos,
aconselhando a segregação dos estudantes da verdade em templos de
iniciação, a deliberada distancia dos sofredores e dos ignorantes que
contamos no mundo por legiões inumeráveis...
- Ah! Sim, o santuário de iniciação religiosa, qualquer que ele seja, é
para nós venerável como posto avançado de distribuição da luz espiritual;
entretanto, os que fogem dentro dele à lei da cooperação, isolam-se na
torre de marfim do orgulho que lhes é próprio, fixando-se em discussões
brilhantes e estéreis. Tais companheiros assemelham-se a viajantes
agrupados em perigosa ilha de repouso, enquanto os nautas corajosos do bem
suam e sofrem na descoberta de rotas seguras para o continente da
fraternidade e da paz. Descansam sob o arvoredo, confortados pela caça
abundante e pela água refrescante, pesquisando a grandeza do céu ou
filosofando sem proveito, mas sempre chega um dia em que a maré brava lhes
invade o provisório domicílio, arrebatando-os ao mar alto,para que
recomecem a experiência que lhes é necessária.
- Muitos estudiosos da nossa esfera de realização no mundo asseveram que
será lícito cultivar tão-somente o convívio com os gênios superiores da
Espiritualidade, relegando as manifestações mediúnicas vulgares à fossa da
obsessão e da enfermidade, que, na opinião deles, devem ser entregues a si
mesmas, sem qualquer atenção de nossa parte.
- Isso é comodismo sob o rótulo de cultura. Não podemos negar que a
obsessão seja moléstia da mente, contudo, poderá a Medicina curar alguém à
força de usar o esquecimento do dever que lhe cabe? Os gênios realmente
superiores da Espiritualidade jamais abandonam os sofredores e os
pequeninos. À maneira do Sol que clareia o palácio e a furna, com o mesmo
silencioso devotamento auxiliam a todos, em nome da Providência.
- Há companheiros no Espiritualismo que não suportam qualquer manifestação
primitivista no terreno mediúnico. Se o médium não lhes corresponde à
exigência, revelando-se em acanhado círculo de compreensão ou competência,
afastam-se dele, agastadiços, categorizando por fraude ou mistificação
valiosas expressões da fenomenologia.
Áulus sorriu e comentou:
- Serão esses, provavelmente, os campeões do menor esforço. Ignoram que o
sábio não dispensou a alfabetização no começo da existência e, decerto,
amaldiçoam a criancinha que não saiba ler. Semelhantes amigos, André,
olvidaram o socorro que receberam da escola primária e, solicitando
facilidades, à maneira do morfinômano que reclama entorpecentes, viciam-se
em atitudes deploráveis à frente da vida, de vez que tudo exigem para si,
desrespeitando a obrigação de ajudar aos que ainda se encontram na
retaguarda.
- Há quem diga que o Espiritismo age erradamente, abrigando os
desequilibrados e os enfermos, porque, com isso, oferece a impressão e uma
Doutrina que, à força de ombrear com a loucura para socorre-la, vai
convertendo seus templos de oração em vastos refúgios de alienados
mentais.
- Simples disparate dos que desertam do serviço ao próximo. A Medicina não
sofre qualquer diminuição por prestar auxilio aos enfermos. Honrada pelos
hospitais em que atua, engrandece-se à medida que se agiganta na obra
assistencial aos doentes. O Espiritismo não pode responsabilizar-se pelos
desequilíbrios que lhe pedem amparo, tanto quanto não podemos imputar ao
medico a autoria dos males que lhe requisitam a intervenção. Aliás, temos
nele o benfeitor da mediunidade torturada e da mente doentia,
propiciando-lhes os bálsamo e o esclarecimento indispensáveis ao reajuste.
É muito fácil inventar teorias que nos exonerem do dever de servir, e
muito difícil aplicar os princípios superiores que esposamos,
utilizando-nos, para isso, de nossa cabeça e de nossas próprias mãos. Se a
recuperação do mundo e de nós mesmos estivesse circunscrita a lindas
palavras, o Cristo, que nos constitui o padrão de todos os dias, não
precisaria ter vindo ao encontro dos necessitados da Terra. Bastaria
enviasse proclamações angélicas à Humanidade, sem padecer-lhe, de perto, a
incompreensão e os problemas. Felizmente, porém, os espiritualistas
conscientes e sensatos estão aprendendo que o nosso escopo é reviver o
Evangelho em suas bases simples e puras e que o Senhor não nos concede o
tesouro da fé apenas para que possamos crer e falar, mas também para que
estejamos habilitados a estender o bem, começando de nós mesmos.
- Há igualmente quem afirme que em todos os processos da obsessão
funciona, implacável, a lei de causa e efeito, e que, por isso, não vale
interferir em favor da mediunidade atormentada...
- Mera argumentação do egoísmo bem nutrido. Isso seria o mesmo que
abandonar os doentes, sob o pretexto de que são devedores perante a Lei.
Todos lutamos por ressarcir compromissos do pretérito, compreendendo que
não há dor sem justificação; e se sabemos que só o amor puro e o serviço
incessante são capazes de garantir-nos a redenção, uns à frente dos
outros, como desprezar o companheiro que sofre, em nome de princípios a
cujos funcionamento estamos submetidos por nossa vez? Hoje, é o vizinho
que amarga as conseqüências de certas ações efetuadas a distancia, amanhã
seremos nós a colher os resultados de gestos que nos desabonavam o passado
e que agora nos afligem o presente. Se falece a cooperação entre as
vítimas do espinheiro, decerto será muito mais longa e difícil para cada
um a tarefa salvadora.
- Não faltam igualmente os que supõem não devamos atender a qualquer
problema de mediunidade complexa, porque, dizem eles, cada criatura deve
procurar a verdade por si. Admitem que as religiões não passam de muletas
e que ninguém assiste a faculdade de socorrer-se de instrutores em
assuntos da própria orientação.
Áulus esboçou um gesto de bom humor e redargüiu:
- Isso seria suprimir a escola e vilipendiar o amor imanente na Criação
Inteira. A religião digna, qualquer que seja o templo em que se expresse,
é um santuário de educação da alma, em seu gradativo desenvolvimento para
a imortalidade. Imaginemos um país imenso, em que milhões de crianças
fossem relegadas ao abandono pelos pais e mestres, sob a alegação de que
lhes cabe o dever de procurar a virtude e a sabedoria por si,
furtando-se-lhes toda espécie de apoio moral e cultural... Imaginemos um
campo enorme superlotado de enfermos, aos quais eminentes médicos
recomendassem procurar a saúde por si mesmos, confiando-os à própria
sorte... Onde estaria a lógica de semelhantes medidas? A interdependência
mora na base de todos os fenômenos da vida. O forte é tutor do fraco. O
sábio responsabilizar-se-á pelo ignorante. A criancinha na Terra não
prescinde do concurso dos pais.
O instrutor fez ligeiro intervalo e prosseguiu:
- É preciso considerar que nem todos possuem idêntica idade espiritual e
que a Humanidade Terrestre, em sua feição de conjunto, ainda se encontra
tão longe da angelitude quanto a agressiva animalidade ainda está distante
da razão perfeitamente humana. É muito cedo para que o homem se arrogue o
direito de apelar para a Verdade Total... Por agora, é imprescindível
trabalhe intensivamente, com devoção ardente e profunda ao bem, para
atingir mais amplo discernimento das realidades fragmentarias ou
provisórias que o cercam na vida física e, considerada a questão nesse
aspecto, estejamos convictos de que a ausência de escolas do espírito ou a
supressão dos instrutores constituiriam a multiplicação dos hospícios e o
rebaixamento do nível moral, porque sem o apelo à dignificação a
individualidade, em processo de crescimento mental e de sublimação no
tempo, não poderíamos contar senão com a estagnação nas linhas inferiores
da experiência.
Havíamos, contudo, atingido o fim da viagem.
O lar-santuário em que o Assistente residia levantava-se, agora, ao nosso
olhar.
- Trabalhemos com bom ânimo - disse-nos ainda o orientador -; o tempo
conjugado com o serviço no bem é o alicerce de nossa vitória.
No dia imediato, Áulus deveria partir no rumo de elevada missão a
distancia. Por isso, prometeu-nos o abraço de adeus para a manhã
seguinte."
QUESTÕES PARA
ESTUDO
1) De um modo geral, quais os objetivos que podem motivar uma reunião
mediúnica?
2) Para o Espiritismo, qual deve ser o sentido de uma reunião mediúnica?
3) Quais os ensinamentos contidos nas seguintes afirmações do instrutor
Áulus?
a. "- A mediunidade, indubitavelmente, é patrimônio comum a todos,
entretanto, cada homem e cada grupo de
homens no mundo registram-lhe a evidência a seu modo."
b. "...o santuário de iniciação religiosa, qualquer que ele seja, é para
nós venerável como posto avançado de
distribuição da luz espiritual; entretanto, os que fogem dentro dele à
lei da cooperação, isolam-se na torre
de marfim do orgulho que lhes é próprio, fixando-se em discussões
brilhantes e estéreis."
c."O Espiritismo não pode responsabilizar-se pelos desequilíbrios que lhe
pedem amparo, tanto quanto não
podemos imputar ao medico a autoria dos males que lhe requisitam a
intervenção. Aliás, temos nele o
benfeitor da mediunidade torturada e da mente doentia,
propiciando-lhes os bálsamo e o esclarecimento
indispensáveis ao reajuste."
4) A mediunidade praticada nos centros espíritas deve se restringir a
comunicações de Espíritos Superiores?
Conclusão
1) De um modo geral, quais os objetivos que podem motivar uma reunião
mediúnica?
R - Martins Peralva, no livro "Estudando a Mediunidade", resume da
seguinte maneira os objetivos que podem motivar uma reunião mediúnica:
" a) socorro aos sofredores e ignorantes, encarnados e
desencarnados;
b) atividade limitada aos templos de iniciação, a
distância dos necessitados de todos os matizes;
c) investigações científicas;
d) exploração dos Espíritos. "
Trata-se de uma classificação esquemática mas que bem resume as
circunstâncias que podem nortear uma reunião
mediúnica, considerando os objetivos buscados por seus participantes. A
mediunidade, em termos morais, é neutra; não
é boa nem má. Aos que receberam esse dom cabe, usando do livre-arbítrio,
escolher com que objetivos será ela praticada,
se nobres ou fúteis e interesseiros. No primeiro caso, temos a mediunidade
em sua expressão mais nobre, praticada de
conformidade com o exemplo de Jesus, tendo a caridade como fim; no
segundo, é a mediunidade improdutiva, sem propósitos
caritativos; a terceira hipótese é instrutiva, desde que não se limite em
si mesma; e a quarta, é a forma mais imprópria da
prática mediúnica, em que os praticantes buscam nos espíritos a solução de
seus problemas.
2) Para o Espiritismo, qual deve ser o sentido de uma reunião mediúnica?
R - Para o Espiritismo, as reuniões mediúnicas devem buscar atender a
objetivos elevados, acima de quaisquer interesses materiais ou pessoais.
No presente capítulo, o instrutor Áulus ensina que a mediunidade deve ser
vivenciada tomando-se Jesus como modelo. Como afirma o instrutor, o Mestre
sempre esteve em contacto com as potências invisíveis aos homens, curando
obsidiados e enfermos em geral, conversando com Moisés e Elias no Monte
Tabor e voltando a se comunicar com os discípulos após o episódio da
crucificação.
Por esses ensinamentos, portanto, podemos resumir em três os objetivos que
devem ser buscados nas reuniões mediúnicas
numa casa espírita que pratique a mediunidade com Jesus: a prestação de
socorro a encarnados e desencarnados que
sofrem das mais variadas formas de enfermidades; o recebimento de
mensagens instrutivas e trazedoras do ensino moral dos benfeitores
espirituais do Mundo Maior e a experimentação de caráter científico
visando a demonstrar a imortalidade
do espírito e a continuidade da vida após a morte do corpo físico.
3) Quais os ensinamentos contidos nas seguintes afirmações do instrutor
Áulus?
a. " - A mediunidade, indubitavelmente, é patrimônio comum a todos,
entretanto, cada homem e cada grupo de
homens no mundo registram-lhe a evidência a seu modo."
R - A mediunidade é uma faculdade orgânica inerente ao ser humano e, sendo
assim, nas palavras de Áulus, um patrimônio
comum a todos. Todos a possuem em grau maior ou menor, conforme seus
órgãos de manifestação estejam mais ou menos desenvolvidos. Os mesmos não
são, contudo, os objetivos que levam à sua prática. Como frisou, cada
homem e cada grupo
de homens no mundo dela se utilizam conforme o progresso moral que já
tenham conquistado. Uns a praticam conforme os
ensinamentos de Jesus, dedicando seus esforços aos carentes do corpo e da
alma, dando de graça o que de graça receberam;
outros, como vimos do relato de André Luiz em capítulo anterior, a
praticam para buscar dos espíritos a solução para os
problemas vivenciados na vida material.
b. "...o santuário de iniciação religiosa, qualquer que ele seja, é para
nós venerável como posto avançado de
distribuição da luz espiritual; entretanto, os que fogem dentro dele à
lei da cooperação, isolam-se na torre
de marfim do orgulho que lhes é próprio, fixando-se em discussões
brilhantes e estéreis."
R - Qualquer templo religioso, não importa a denominação, desde que nele
se pratique a adoração sincera a Deus, é um
posto de distribuição de luz espiritual, como disse Áulus. A adoração a
Deus é um ato sublime, que nos eleva e nos coloca
em sintonia com o Criador, por intermédio de seus mensageiros. No entanto,
os que nele se refugiam, deixando de atender
à cooperação com obra da Criação, prendendo-se a uma pregação ainda que
brilhante, porém improdutiva, estão, na verdade,
isolando-se em torno de seu orgulho, numa prática religiosa que não atende
aos objetivos por que reencarnamos. Perdem,
com discussões infecundas, um tempo precioso que poderia ser dedicado ao
trabalho de auxílio aos necessitados, como
fez Jesus em sua passagem terrena. A religião deve servir como instrumento
e não como um fim em si mesmo.
c."O Espiritismo não pode responsabilizar-se pelos desequilíbrios que lhe
pedem amparo, tanto quanto não
podemos imputar ao médico a autoria dos males que lhe requisitam a
intervenção. Aliás, temos nele o
benfeitor da mediunidade torturada e da mente doentia,
propiciando-lhes os bálsamo e o esclarecimento
indispensáveis ao reajuste."
R - Nesta passagem, Áulus refuta a crítica dos que alegam que o
Espiritismo não deveria atender aos que padecem de alguma
forma de desequilíbrio, sob a alegação de que essa prática converteria
seus templos de oração em locais destinados a refúgio
de alienados mentais. Tal pensamento, evidentemente, trata-se de um
equívoco. Com bem comparou o instrutor, seria admitir
uma diminuição da Medicina pelo fato de buscar a cura dos que padecem das
mais variadas enfermidades. Assim como o
médico não pode ser responsabilizado pelas doenças, o Espiritismo também
não o pode pelos desequilíbrios dos que nele
buscam o alívio para seus males. É através do esclarecimento que o
Espiritismo proporciona àqueles que estão psiquicamente
desequilibrados e aos médiuns que se encontram desviados do trabalho
enobrecedor que esses males são gradativamente
atenuados, até serem afastados dos que deles padecem.
4) A mediunidade praticada nos centros espíritas deve se restringir a
comunicações de Espíritos Superiores?
R - As reuniões mediúnicas em que os Espíritos Superiores comparecem para
nos trazer mensagens instrutivas deve ser
uma das metas dos centros espíritas. Entretanto, não apenas ao plano
espiritual superior deve ser dedicada a prática da
mediunidade. Permitir que os irmãos sofredores do mundo espiritual se
manifestem é um ato de caridade que não pode
deixar de ser praticado. É através dessas manifestações que muitos
processos obsessivos são debelados; que muitas
enfermidades são tratadas e que inimizades seculares são convertidas em
fraternidade. As manifestações da Espiritualidade
Superior deve sempre ser muito bem recebida nos centros espíritas. Mas não
se deve jamais fechar o canal mediúnico aos
sofredores do mundo espiritual que necessitam de esclarecimento.