Nos Domínios da Mediunidade
003 – Equipagem Mediúnica
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
www.cvdee.org.br
Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em estudo: Nos domínios da mediunidade
Tema: Capítulo III - Equipagem Mediúnica
Trechos do Capítulo
"Conheçamos nossa equipagem mediúnica - disse o orientador
E, detendo-se ao pé do companheiro encarnado que regia os trabalhos, acrescentou:
_Este é o nosso irmão Raul Silva, que dirige o núcleo com sincera devoção à fraternidade. Correto no desempenho dos seus deveres e ardoroso na fé, consegue equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa-vontade que lhe é característica. Pelo amor com que se desincumbe da tarefa, é instrumento fiel dos instrutores desencarnados, que lhe identificam na mente um espelho cristalino, retratando-lhe as instruções.
Logo após, caminhou na direção de uma senhora muito jovem e, designando-a, explicou:
_Eis nossa irmã Eugênia, médium de grande docilidade, que promete brilhante futuro na expansão do bem. Excelente órgão de transmissão, coopera com eficiência na ajuda aos desencarnados em desequilíbrio. Intuição clara, aliada à distinção moral, tem a vantagem de conservar-se consciente, nos serviços de intercâmbio, beneficiando-nos a ação.
Quase rente, parou à esquerda de um rapaz de seus trinta anos presumíveis e informou:
_Aqui temos nosso amigo Anélio Araújo. Vem conquistando gradativo progresso na clarividência, na clariaudiência e na psicografia.
Em seguida, abeirou-se de um cavalheiro simpático e notificou:
_Este é o nosso colaborador Antônio Castro, moço bem intencionado e senhor de valiosas possibilidades em nossas atividades de permuta. Sonâmbulo, no entanto, é de uma passividade que nos requer grande vigilância. Desdobra-se com facilidade, levando a efeito preciosas tarefas de cooperação conosco, mas ainda necessita de maiores estudos e mais amplas experiências para expressar-se com segurança, acerca das próprias observações. Por vezes, comporta-se, fora da matéria densa, à maneira de uma criança, comprometendo-nos a ação. Quando empresta o veículo à entidades dementes ou sofredoras, reclama-nos cautela, porquanto quase sempre deixa o corpo à mercê dos comunicantes, quando lhe compete o dever de ajudar-nos na contenção deles, a fim de que o nosso tentame de fraternidade não lhe traga prejuízo à organização física. Será, porém, valioso auxiliar em nossos estudos.
Movimentando-se algo mais, o Assistente estacou diante de respeitável senhora, que se mantinha em fervorosa prece, e exclamou:
_Apresento-lhes agora nossa irmã Celina, devotada companheira de nosso ministério espiritual. Já atravessou meio século de existência física. conquistando significativas vitórias em suas batalhas morais. Viúva, há quase vinte anos, dedicou-se aos filhos com admirável denodo, varando estradas espinhosas e dias escuros de renunciação. Suportou heroicamente o assédio de compactas legiôes de ignorância e miséria que lhe rodeavam o esposo, com quem se consorciara em tarefa de sacrifício. Conheceu, de perto, a perseguição de gênios infernais, a quem não se rendeu e, lutando, por muitos naos, para atender de modo irrepreensível às obrigações que o mundo lhe assinalava, acrisolou as faculdades medianímicas, aperfeiçoando-as nas chamas do sofrimento moral, como se aprimoram as peças de ferro sob a ação do fogo e da bigorna. Ela não é simples instrumentos de fenômenos psíquicos. É abnegada servidora na construção de valores do espírito. A clarividência e a clariaudiência, a incorporação sonâmbúlica e o desdobramento da personalidade são estados em que ingressa, na mesma espontaneidade com que respira, guardando noção de suas responsabilidades e representando, por isso, valiosa colaboradora de nossas realizações. Diligente e humilde, encontrou na plantação do amor fraterno a sua maior alegria e, repartindo o tempo entre as obrigações e os estudos edificantes, transformou-se num acumulador espiritual de energias benéficas, assimilando elevadas correntes mentais, com o que se faz menos acessível às forças da sombra.
Realmente, ao lado da irmã sob nossa vista, fruíamos deliciosa sensação de paz e reconforto.
[....]
Logo após, nosso orientador convocou-nos a exame detido, junto ao campo encefálico da irmã Celina, acentuando:
_Em todos os processo medianímicos, não podemos esquecer a máquina cerebral como órgão de manifestação da mente.(...)
[....]
_Não podemos realizar qualquer estudo de faculdades medianímicas, sem o estudo da personalidade. Considero assim, de extrema importância a apreciação dos centros cerebrais, que representam bases de operação do pensamento e da vontade, que influem de modo compreensível em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos, que merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, em suas tarefas de amor e sacrifício junto dos homens, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, em muitas ocasiões podem ser ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de obsessão.
_Mas - interpôs Hilário, judicioso -, diante de um campo cerebral tão iluminado quanto o de nossa irmã Celina, será lícito aceitar a possiblidade de invasão dele por parte de Inteligências menos evoluídas?
_Não podemos olvidar - considerou o assistente - que Celina se encontra encarnada numa prova de longo curso e que, nos encargos de aprendiz, ainda se encontra muito longe de terminar a missão.
Meditou um momento e filosofou bem-humorado:
_Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho.
[...]
E sorrindo:
_Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato da terra em abandono.
Fitando-nos, de frente, como a recordar o peso das responsabilidades de que nos investíamos, completou:
_Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com a sementeira do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor.
Calou-se o Assistente.
Dir-se-ia que ele também agora se ligava ao campo magnético dos amigos em silêncio, para o trabalho da reunião prestes a começar."
Questões para estudo e diálogo virtual
1 - O Assistente Áulus começa a apresentação da equipe mediúnica pelo dirigente das atividades, Raul Silva, enfatizando-lhe as qualidades positivas.
a) Qual a importância da figura do dirgirente para o grupo mediúnico?
b) Qual a influência que as características do dirigente (positivas ou negativas) imprimirá, tanto ao grupo, quanto às atividades do Centro Espírita?
2 - O que seria um "médium de grande docilidade", como no caso de Eugênia?
3 - Qual a vantagem do médium conservar-se consciente em uma atividade mediúnica, especialmente a psicofonia?
4 - Áulus se refere ao médium Antonio Castro como necessitado de "maiores estudos".
a) Qual a importância do estudo para o médium?
b) O que nós poderíamos considerar como sendo essencial para um médium estudar?
5 - Comente se seguintes afirmações:
a) "Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho."
b) "Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato da terra em abandono."
c) "Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com a sementeira do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor."
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
- Estudando a Mediunidade - Martins Peralva- Ed. FEB
Capítulos 6 - Irmão Raul Silva e 7 - Médiuns
Um excelente estudo para todos!!
Equipe Nosso Lar - CVDEE
Conclusão
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Livro em estudo: Nos domínios da mediunidade
Tema: Capítulo III - Equipagem Mediúnica
Conclusão
Questões para estudo e diálogo virtual
1 - O Assistente Áulus começa a apresentação da equipe mediúnica pelo dirigente das atividades, Raul Silva, enfatizando-lhe as qualidades positivas.
a) Qual a importância da figura do dirgirente para o grupo mediúnico?
O dirigente é o elemento de equilíbrio e da harmonia de um grupo.
Como é o dirigente humano do grupo, precisa, nas palavras de Hermínio C. Miranda "estar consciente dessa responsabilidade e usar sua autoridade com muito tato, sem abandonar a firmeza". O dirigente terá que dispor de certa dose de autoridade, exercida por um consenso geral, para disciplinação e harmonização do grupo, jamais se esquecendo de que liderar é coordenar esforços e não impor condições e de que, em um grupo espírita, todos são de igual importância.
b) Qual a influência que as características do dirigente (positivas ou negativas) imprimirá, tanto ao grupo, quanto às atividades do Centro Espírita?
O dirigente é o ponto de equilíbrio do grupo , responsável pela conduta, pela harmonia, pela seriedade e pela sua disciplina e, assim, quanto mais elevadas forem suas qualidades morais, intelectuais e espirituais, maior a eficácia com que consegue captar e inserir as instruções do Plano Superior no desenvolvimento dos trabalhos.
2 - O que seria um "médium de grande docilidade", como no caso de Eugênia?
Corresponderia a um médium disciplinado, consciente de suas responsabilidades medianímicas, evitando qualquer interferência pessoal , aliando a isso a vivência evangélica que lhe dá a distinção moral.
3 - Qual a vantagem do médium conservar-se consciente em uma atividade mediúnica, especialmente a psicofonia?
O espírito encarnado e lúcido(consciente) pode , facilmente, se libertar(emancipar) das amarras físicas (sem as romper) e intercambiar com outros espíritos; tal fato é melhor vivenciado por aqueles que têm a educação da mediunidade e em valores morais mais elevados. Lembrando-se que em toda educação da mediunidade com elevação, o espírito guia do encarnado patrocina e controla o processo disciplinante, desde que este(médium) se lhe faça dócil às instruções, sem abdicação do seu livre-arbítrio e da razão; bem como o médium consciente coloca-se em um comportamento compatível com a realidade vivenciada , vigiando e acompanhando todo o processo de intercâmbio, a fim de propiciar uma perfeita identificação na atividade que mantém.
4 - Áulus se refere ao médium Antonio Castro como necessitado de "maiores estudos".
a) Qual a importância do estudo para o médium?
O estudo é fundamental para o médium. Segundo Martins Peralva, em "Estudando a Mediunidade", "ser médium é investir a criatura de sagrada responsabilidade perante Deus e a própria consciência, uma vez que é ser intérprete do pensamentos das esferas espirituais, medianeiro entre o Céu e a Terra". Daí se conclue que quanto maior o seu conhecimento, tanto maior também será a qualidade do trabalho mediúnico, pois se tornará um instrumento mais capacitado a ser utilizado pelos espíritos superiores, assim como entre os encarnados os elementos mais capacitados são sempre os escolhidos para os trabalhos que requerem maior especialização e confiança.
b) O que nós poderíamos considerar como sendo essencial para um médium estudar?
Transcrevendo Vianna de Carvalho em spicografia de Divaldo P. Franco, no livro Médiuns e Mediunidades:
"(...)
Para um correto estudo das mediunidades e dos médiuns não se pode deixar em plano secundário a doutrina espírita, que é a luz capaz de penetrar-lhes os escaninhos mais esconsos, liberando-os dos mitos e atualizando-os de conformidade com as leis naturais que regem a vida. Particularmente, O Livro dos Médiuns, que é o compêndio insuperável para o entendimento da grave percepçãop mediúnica e de como se devem comportar aqueles que lhe são portadores.
(...)"
Assim, essencialmente se deve estudar (referindo-se para todo espírita) as obras básicas da codificação: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese e O Céu e o Inferno. e ao médium especificadamente deve ele estudar e reestudar sempre O Livro dos Médiuns. Esses são essenciais.
Todas as demais obras subsidiárias devem ser estudadas tb, mas lembrando-se que elas não estão acima da doutrina espírita, que vez que a DE "paira acima de quaisquer conceitos de revisionismo e de superação científica" .
5 - Comente se seguintes afirmações:
a) "Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho."
Todos nós somos alunos do educandário da vida e portanto todos nós somos sujeitos, somos sucestíveis de quedas, de erros, de equívocos, de influenciações negativas. Daí o lembrar e relembrar sempre a assertiva do Mestre: _ Orai e Vigiai.
Paulo, em Filipenses, 4:8 também já alertava: "... Se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." , portanto, trabalhemos vigiando nossos pensamentos e nossos atos.
b) "Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato da terra em abandono."
"A cada um segundo suas obras". Necessário sim que busquemos o conhecimento, o estudo, que estejamos sempre em busca do auto-aprimoramento; mas sem a ação todo o esforço se torna estanque, se torna parado; eis que se sabemos e não fazemos aquilo que já conseguimos compreender e assimilar , de nada nos adiantará pois que seremos agentes da inutilidade, ao invés de obreiros do bem, da evolução, do crescimento.
Assim, devemos estar em constante busca do estudo e do auto aprimoramento, mas aliado a eles o exercício do aprendizado de forma prática e vivenciada.
c) "Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com a sementeira do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor."
Estamos ainda no começo de nosso processo evolutivo; onde uma reencarnação não traz com ela, por mais que caminhemos buscando e exercendo o bem, todos os reajustes que necessitamos realizar.
Transitamos pois entre o mundo de expiação e o de regeneração, e com isto somos convidados incessantemente pela vida : estimulando-nos à ascensão ou estimulando-nos a estagnação e inércia.
Assim, entre aqueles que vêm com a tarefa medianímica apresentada para orientar-lhes e ajudar-lhes a caminhar e a se reajustar - muitos ainda dormem ou - se já conscientes - se deixam aceitar pelos convites do ciúmes, da soberba, do orgulho, do egoísmo, da materialidade, da leviandade, das imperfeições morais.
Estes pululam por toda parte, indicando o estágio inferior no qual ainda transitam.
Poucos exercem a mediunidade com elevação. engrandecendo-se e engrandecendo a nobre tarefa; poucos têm a necessária abnegação que leva o ser a se doar à serviço da humanidade.
Poucos têm a conduta da mediunidade com Jesus.
Transcrevendo Vianna de Carvalho em psicografia de Divaldo P. Franco, em Mediuns e Mediunidade:
"Todo aquele que consegue exercer a mediunidade com elevação. engrandecendo-se e alçando-a aos nobres cimos da vida, no cumprimento da gloriosa missão de ser instrumento do Divino Pensamento, alcança, na Terra, a excelência do mediunato.
Dever de grande abrangência, a sua desincumbência revela-se difícil pelos impositivos de que se reveste, pelos sacrifícios que impõe e pelas dificuldades a superar.
Poucos discípulos da verdade se hão entregado com a necessária abnegação, graças à qual, ao largo do tempo, o homem se doa em espírito de serviço à humanidade, com tal renúncia de si mesmo, que ultrapassa a sua condição para lograr o apostolado mediúnico, o mediunato.
(...)
Nesse caminho atulhado de pedrouços, os desafios se sucedem, ameaçadores, ao mesmo tempo ferindo e macerando os audaciosos transeuntes que põem os olhos nas metas à frente e buscam alcançá-las. Não se trata de um empreendimento fácil ou de curto prazo, antes, de uma realização prolongada, na qual são enfrentados os perigos que procedem da inferioridade, que teima em permanecer, dominadora.
Definido o rumo e aceito o compromisso, torna-se mais factível a vítória, ganhando-se, dia a dia, o espaço que medeia entre a aspiração e o objetivo.
(...)"
Uma tarde paz e amor
abraços com carinho no coração
Equipe Nosso Lar - CVDEE
eqpnl@cvdee.org.br