O Mundo Maior
020 - No Lar de Cipriana
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Estudos destinados às obras de André Luiz
Obra em estudo: No Mundo Maior
Livro em estudo : No Mundo Maior
Referência: Capítulo 20 – último cap.
Tema: No Lar de Cipriana
Data : 26/07/2001.
Próxima semana(02/08/01): Início do Estudo do Livro Libertação
Trechos do Capítulo :
Encerrada a semana de estudos que me propusera e guardando valores novos no espírito, acompanhei Calderaro, em pleno crepúsculo, a benemérita fundação nas zonas inferiores, a que o Assistente chamara “Lar de Cipriana”.
(...)
A pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento. Recolhera extenso material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas conclusões para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com os quais travara relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às mais profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades , porém, encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade intelectual às acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era indispensável adquirir amor.
(...)
Poderia, em verdade, Ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos, conquistado simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do Universo, melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não fosse possível socorrer um benfeitor em dificuldade?
(...)
A maioria dos companheiros que aí se agitavam não eram portadores de luminosa expressão, mas típicas personalidades humanas em processo regenerador. Com exceção de Cipriana e dos assessores que lhe compunham o séquito, a comunidade, não pequena, era formada de criaturas evidentemente inferiores: homens e mulheres análogos, no aspecto, aos que povoam os círculos carnais.
(...)
_ Irmã Cipriana idealizou este amorável reduto de restauração espiritual, e concretizou-o , usando os próprios irmãos sofredores e perturbados que vagueiam nas regiões circunvizinhas.
É claro que não reside sistematicamente aqui; todavia, neste colégio regenerador passa grande parte do tempo, que consagra ao seu ministério santificante nas esferas de baixo nível de evolução. No fundo, a organização funciona sob a vigilância dos próprios companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante escola de reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de preparação, para indivíduos de boa-vontade. (...)Contudo, o instituto é de região inferior para criaturas que desejem melhorar suas condições de existência. Educandário de trânsito, sob a ação direta dos que dele colhem proveito, passou, destarte, a valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da carne, em penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem precioso concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.
(...)
_ A venerável instrutora (...) montou aqui verdadeira oficina de restauração do espírito.(...) O programa fundamental de Cipriana é o esquecimento do mal com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em Deus. A princípio, a organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e de direito que lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém, elementos por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.
(...)
Cipriana, assumindo a direção da prece, fez-se acompanhar pelos colaboradores diretos que a seguiam no momento.
(...)
Logo após , a palavra comovente da instrutora vibrou no ambiente, exonerando a proteção do Cristo:
“senhor Jesus,
Permanente inspiração de nossos caminhos,
Abre-nos, por misericórdia,
Como sempre,
As portas excelsas
De Tua provid6encia incomensurável....
Doador da Vida,
Acorda-nos a consciência
Para semearmos ressurreição
Nos vales sombrios da morte;
Distribuidor do Sumo Bem,
Ajuda-nos a combater o mal
Com as armas do espírito;
Príncipe da Paz,
Não nos deixes indiferentes
À discórdia
Que vergasta o coração
De nossos companheiros sofredores;
Mestre da Sabedoria,
Afugenta para longe de nós
A sensação de cansaço
À frente dos serviços
Que devemos prestar
Aos nosso irmãos ignorantes;
Emissário do Amor Divino
Não nos concedas paz
Enquanto não vencermos
Os monstros da guerra e do ódio,
Cooperando contigo,
Em tua augusta obra terrestre;
Pastor da Luz Imortal
Fortalece-nos,
Para que nunca nos intimidemos
Perante as angústias e desesperos das trevas;
Distribuidor da Riqueza Infinita,
Supre-nos as mãos
Com teus recursos ilimitados,
Para que sejamos úteis
A todos os seres do caminho,
Que ainda se sentem minguados
De teus dons imperecíveis;
Embaixador Angélico,
Não nos abandones ao desejo
De repousar indebitamente,
E converte-nos
Em teus servidores humildes,
Onde estivermos;
Mensageiro da Boa Nova,
Não permitas
Que nossos ouvidos adormeçam
Ao coro dos soluços
Dos que clamam por socorro
Nos círculos do sofrimento;
Companheiro da Eternidade,
Abençoa-nos as responsabilidades e deveres;
Não nos relegues à imperfeição
De que ainda somos portadores!
Dá-nos, amado Jesus, o favor de servir-Te
E que o Supremo Senhor do Universo Te glorifique
Para sempre.
Assim seja!...
(...)
Encerrada a reunião, Cipriana, com admirável simplicidade , veio despedir-se de mim.
(...)
E ponderando, em silêncio, a grandeza de Deus, verti copioso pranto de júbilo, dando guarida às intraduzíveis sensações que me invadiam a alma, extasiada e feliz sob nova esperança!
Bibliografia de apoio
Leitura completa do capítulo 20 – NMM
LE
ESE
LM
Questões para início de nosso diálogo fraterno em estudo:
01) Como entender e situar para nós mesmos(justificando) as seguintes assertivas:
1.A) “A pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento. Recolhera extenso material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas conclusões para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com os quais travara relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às mais profundas e menos conhecidas raízes do espírito; entre as novidades , porém, encontrara um enfermo que me transferira da ardente curiosidade intelectual às acuradas reflexões no tangente ao destino e ao ser.
1.B) “Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era indispensável adquirir amor.”
1.C)” Poderia, em verdade, Ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos, conquistado simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do Universo, melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não fosse possível socorrer um benfeitor em dificuldade?”
02) Qual o papel do conhecimento para nossa evolução? Qual o papel do sentimento para nosso crescimento? Eles se encontram ou são separados? Um vive sem o outro? Por que?
03) Como entender e comparar para o Mundo Terreno e para nós próprios a seguinte assertiva: “No fundo, a organização funciona sob a vigilância dos próprios companheiros que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante escola de reajustamento anímico, de auto-reconhecimento e de preparação, para indivíduos de boa-vontade. (...)Contudo, o instituto é de região inferior para criaturas que desejem melhorar suas condições de existência. Educandário de trânsito, sob a ação direta dos que dele colhem proveito, passou, destarte, a valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da carne, em penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem precioso concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.” Justificar.
04) Como entender e verificar junto ao nosso mundo material(justificando) a seguinte afirmativa, justicando, à Luz da DE : “O programa fundamental de Cipriana é o esquecimento do mal com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em Deus. A princípio, a organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e de direito que lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém, elementos por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.”
05) O que é Prece? Por que fazê-la?
06) Como vc compreende o texto da prece realizada por Cipriana? Justificar.
Conclusão
Livro em estudo: No Mundo Maior
Tema: No lar de Cipriana
Referência: Capítulo XX
Dia: 26/07/2001
Conclusão do estudo
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
01) Como entender e situar para nós mesmos (justificando) as seguintes assertivas:
1.A) “A pesquisa cedera lugar à meditação, o raciocínio ao sentimento. Recolhera
extenso material referente às manifestações da mente, obtendo valiosas conclusões
para definir desequilíbrios da alma; examinara diversos doentes, com os quais travara
relações; identificara moléstias cujas causas se prendiam às mais profundas e menos
conhecidas raízes do espírito; entre as novidades , porém, encontrara um enfermo que
me transferira da ardente curiosidade intelectual às acuradas reflexões no tangente ao
destino e ao ser.
Em um certo momento, é preciso que deixemos a realidade que, dia a dia, aparece
à nossa frente e nos dediquemos à reflexão. É necessário deixar aflorar os sentimentos,
fazer prevalecer o ###eu### interno sobre as questões objetivas. É o momento de meditação.
Foi a que se entregou André Luiz, ao comparecer ao ###Lar de Cipriana###.
Às vezes, um fato nos chama a essa realidade - no caso de André Luiz, foi o
reencontro com seu avô, que se encontrava em deplorável estado de sofrimento. E esse
fato, na maior parte dos casos inesperados e sofridos, é o responsável pelo nosso
despertamento.
1.B) “Reconhecia, agora, que, para conseguir a sabedoria com proveito, era indispensável
adquirir amor.”
O Cristo, em sua passagem pela carne, enfatizou, de maneira didática, que o amor é
o combustível que impulsiona o espírito à evolução. A sabedoria, resultado do progresso
intelectual - uma das asas da evolução - somente tem valia se acompanhada do amor ao
próximo. O amor também é uma conquista que o espírito tem que buscar durante sua
trajetória, estando encarnado ou na erraticidade.
1.C) ###Poderia, em verdade, ter avançado muito no domínio dos conhecimentos novos,
conquistado simpatias prestigiosas, renovado as concepções da vida e do Universo,
melhorando-as; no entanto, de que me valeriam semelhantes troféus se me não fosse
possível socorrer um benfeitor em dificuldade?”
Nessa passagem, André Luiz ressalta o valor de um outro sentimento que também
é imprescindível ao progresso do espírito em evolução: a gratidão. Mais uma vez o Autor
aponta a prevalência de um atributo moral sobre o intelectual. De que nos serve dominar
todas as ciências se não formos capazes de nos reconhecer gratos a quem outrora nos
ajudou (no caso referido, André Luiz reconhecia-se grato ao seu avô, que lhe propiciou a
formação em medicina).
02) Qual o papel do conhecimento para nossa evolução? Qual o papel do sentimento para
nosso crescimento? Eles se encontram ou são separados? Um vive sem o outro? Por
que?
Respondendo a questão proposta por Allan Kardec, os Espíritos disseram que o
progresso moral decorre do intelectual, mas nem sempre o segue imediatamente (questão
780 de O Livro dos Espíritos). Isso importa dizer que ambos, conhecimento e sentimento,
que representam o progresso intelectual e o moral, devem caminhar juntos, pois são as
chamadas ###duas asas da evolução###.
No entanto, nem sempre - ou melhor, raramente - isso vem a acontecer. A história da
humanidade não deixa dúvida: o progresso intelectual está sempre à frente. O moral,
sempre atrasado em relação àquele, vai sendo alcançado lentamente, à reboque do desenvolvimento material (tecnológico e científico). E isso é fácil de se compreender, se
considerarmos a característica do planeta. A humanidade terrena ainda se encontra muito
presa à matéria, pelo que prioriza o progresso intelectual, mais próximo das coisas materiais, em detrimento do progresso moral, mais ligado às questões espirituais.
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03) Como entender e comparar para o Mundo Terreno e para nós próprios a seguinte
assertiva: “No fundo, a organização funciona sob a vigilância dos próprios companheiros
que vão melhorando. Trata-se, pois, de importante escola de reajustamento anímico, de
auto-reconhecimento e de preparação, para indivíduos de boa-vontade. (...) Contudo, o
instituto é de região inferior para criaturas que desejem melhorar suas condições de
existência. Educandário de trânsito, sob a ação direta dos que dele colhem proveito,
passou, destarte, a valioso núcleo de instrução e amparo. Individualidades libertas da
carne, em penosas condições íntimas nos setores do conhecimento, aqui recebem
precioso concurso, a fim de se readaptarem convenientemente à vida.” Justificar.
Trata-se de uma descrição que traça o caráter da Instituição em que se encontravam o
Autor e o Assistente Calderaro. Pelo que nos diz André Luiz, assim como a Terra, o ###Lar
de Cipriana### é um local de passagem para espíritos ainda em caminho da evolução. Em
que pese situar-se em região inferior, é habitado por espíritos devedores mas que já se conscientizaram de necessidade de se melhorarem-. São espíritos que já fizeram a opção
pelo bem e que se encontram em busca do caminho certo.
Como na Terra, cabe àqueles que já avançaram um pouco mais a tarefa de auxiliar os
mais necessitados, exercitando a prática da caridade.
04) Como entender e verificar junto ao nosso mundo material (justificando) a seguinte
afirmativa, justificando, à Luz da Doutrina Espírita: “O programa fundamental de Cipriana
é o esquecimento do mal com a valorização permanente do bem, à luz da esperança em
Deus. A princípio, a organização custou-lhe muitos sacrifícios, em matéria de tempo e
de direito que lhe mereciam os méritos pessoais; no transcurso dos anos, porém,
elementos por ela mesmo formados passaram a superintender a obra e a conservá-la.”
Temos que tomar consciência que o mal não é criação divina. É fruto da ótica desajustada com a qual o ser humano enxerga o mundo, baseado em seu orgulho e
egoísmo. Em verdade, todas as coisas, por piores que nos pareçam em determinada circunstância, sempre resultam no bem, em progresso e evolução. Valorizar o mal é não
nos dar a chance de tirarmos proveito, em favor de nós próprios, das circunstâncias que a
vida nos apresenta. Em contrapartida, valorizar o bem é plantar sempre uma semente de
otimismo em cada evento da nossa vida. Mas, temos que entender que essa mudança
de postura exige esforço e sacrifício, pois a humanidade terrena, no estágio em que se
encontra, valoriza muito mais o mal que o bem, o que acarreta dores e sofrimentos (nem
tão dolorosos ou sofríveis assim) aos que buscam uma postura diferente. Mas, afinal,
alguém tem de começar uma mudança, e esse alguém é sempre o que tiver maiores esclarecimentos.
05) O que é Prece? Por que fazê-la?
Na definição dos Espíritos, a prece é um ato de adoração e de pensamento a Deus. É
por-se em comunicação com ele para louvá-lo, pedir-lhe e agradecer-lhe.
Devemos cultivar o hábito da prece como forma de haurirmos a energia e a confiança necessárias na luta contra as tentações e pelo cumprimento das Leis Naturais. Aquele que
ora com sinceridade, fazendo uma prece vinda do mais profundo do seu ser, se torna melhor,
pois tem sempre o socorro dos benfeitores espirituais a serviço de Deus, que os intuem à
prática do bem, único meio de evoluirmos.
06) Como você compreende o texto da prece realizada por Cipriana? Justificar.
Em cada trecho ela faz uma rogativa de força para seu trabalho e para o trabalho de
inúmeros benfeitores. Pede que a vontade dEle se cumpra, que o mal se afugente e tudo
concorra para o trabalho edificante. É uma exaltação às qualidades superiores das quais
Jesus era portador, ao mesmo tempo em que é um pedido que Ele nos conceda a possibilidade de criarmos em nós essas mesmas qualidades. Se procurarmos ver em profundidade o ensinamento que a irmã Cipriana nos dá nessa prece, veremos que ela nos
chama a atenção às qualidades de Jesus, para que as percebamos em nós mesmos, desenvolvendo-as e aplicando-as na nossa reforma moral, bem como no auxílio aos nossos
irmãos.
Abraços a todos e muita paz.
Equipe Nosso Lar
CVDEE