Obreiros da Vida Eterna

011 – Amigos Novos

"(...)
Jerônimo dava-se pressa em auscultar os vários ambientes em que se
verificaria nossa atuação.
Programou a tarefa com simplicidade e bom senso. Não nos distrairíamos com
quaisquer investigações, além da missão previamente esboçada, e
manter-nos-íamos em ligação incessante com a Casa Transitória, para maior
eficiência no dever a cumprir.
_ Naturalmente (...) Nos instantes de sono, conduzi-los-emos até lá, para
que se habituem lentamente com a idéia de afastamento definitivo.
(...)
_ Meu caro Assistente, todas as mortes se fazem acompanhar de missões
auxiliadoras? cada criatura que parte da Crosta precisa de núcleos de amparo
direto?
(...)
_ Absolutamente. Reencarnações e desencarnações de modo geral, obedecem
simplesmente à lei. Há princípios biogenéticos orientando o mundo das formas
vivas ao ensejo do renascimento físico, e princípios transformadores que
presidem aos fenômenos da morte, em obediência aos ciclos da energia vital,
em todos os setores de manifestação. Nos múltiplos círculos evolutivos, há
trabalhadores para a generalidade, segundo sábios designíos do Eterno;
entretanto, assim como existem cooperadores que se esforçam mais
intensamente nas edificações do progresso humano, há missões de ordem
particular para atender-lhes as necessidades.
(...)
_ Não se trata de prerrogativa injustificável nem de compensações de favor.
O fato revela ordenação de serviços e aproveitamento de valores. Se
determinado colaborador demonstra qualidades valiosas no curso da obra,
merecerá, sem dúvida, a consideração daqueles que a superintendem,
examinando-se a extensão do trabalho futuro. No plano espiritual. portanto,

muito grande é o carinho que se ministra ao servidor fiel, de modo a
preservar-lhe o devotado Espírito da ação maléfica dos elementos
destruidores com o desânimo e a carência de recursos estimulantes,
permitindo-se, simultâneamente, que ele possa ir analisando a magnetude de
nosso ministério na verdade e no bem, em face do Universo Infinito.
Ouvindo-lhe a elucidação, lembrei-me instintivamente dos tipos apostólicos
que conehcera na experiência humana. Não haveria contradição no
esclarecimento? os padres virtuosos, com os quais mantivera contacto no
mundo, eram pessoas perseguidas através de todos os flancos. Notava que
criaturas de mais subido valor moral eram justamente as escolhidas para o
assédio da calúnia constante. Sem relacionar apenas os de minha intimidade,
recordava a própria história do Cristianismo. Não era porventura, cheia de
exemplos? os temperamentos, por muitos anos fervorosos na fé, haviam sido
pasto de feras. Os continuadores do mestre foram vítimas de tremendas
provações e Ele mesmo alcançara o Calvário em passadas dolorosas...
O assistente percebeu o jogo de raciocínios que se me desdobrava no íntimo e
esclareceu:
_ Suas objeções mentais não têm razão de ser. A concepção humana do socorro
divino é viciada desde muitos séculos. A criatura pressupõe no amparo de
Deus o pretecionismo do sátrapa terrestre. Espera perpetuidade de favores
materialísticos, injustificável destaque entre os menos felizes, dominação e
louvor permanentes. Costuma aguardar serviço, estima e entendimento, mas
desdenha servir, estimar e entender, quando não seja em retribuição. O
sibsídio celeste traduz-se por benditas oportunidades de trabalho e
renovação; chega, muitas vezes, ao círculo da criatura, como se foram
gloriosas feridas, magníficas dores, abençoados suplícios. Enquanto
predominem na Crosta Planetária os impulsos da animalidade primitiva, os
agraciados pela bênção divina serão, em suia maior parte, representantes
dopoder espiritual, os quais, de maneira alguma, ficarão isentos de
testemunhos difíceis nas demonstrações imprescindíveis. Não que o Senhor
intente transformar discípulos em cobaias, mas pela imposição natural da
obra educativa em que a lição do aluno atento e fiel deve interessar à
classe inteira. O que quase sempre parece sofrimento e tentação, constitui
bem-aventurança transformando situações para o bem e para a felicidade
eterna.
(...)
_ É Dimas! - exclamou, indicando o enfermo - assíduo colaborador dos nossos
serviços de assistência, faz muitos anos. Veio de nossa colônia espiritual,
há pouco mais de meio século, consagrando-se a tarefa obscura para melhor
atender aos divinos desígnios. Desenvolveu faculdades mediúnicas
apreciáveis, colocando-se a serviço dos necessitados e sofredores.
(...)
_ Nosso Amigo - continuou o Assistente - fêz-se o redor feliz de inúmeras
dedicações pela renúncia com que sempre se conduziu no ministério. Agora, é
chegado para ele o tempo do descanso construtivo.
Agradavelmente surpreendido, reparei que o doente se apaercebeu da nossa
presença. Cerrou os olhos do corpo, enxergou-nos com a visão da alma e
animou-se , sorrindo...
(...)
Seguindo-se ao meu auxílio humilde, Jerônimo dirigiu-lhe palavras de
encorajamento e prometeu voltar, mais tarde.
(...)
Não demorou muito tempo e penetramos singular residência, em bairro menos
populoso, e deparamos com enternecedora paisagem doméstica.
Cavalheiro na idade madura, deitado em pequeno divã, apresentando terríveis
sinais de tuberculose adiantada, sustentava comovente palestra, dirigindo-se
a dois pequeninos que aparentavam seis e oito anos, respectivamente, formosa
expressão de luz aureolava a mente do enfermo, que pousava nas crianças o
olhar muito lúcido, falando-lhes paternalmente.
O próprio Jerônimo parou, a ouví-lo, junto de nós, agradavelmente
surpreendido.
_ Papai, mas o senhor acredita que ninguém morre? - indagou o filhinho mais
velho.
_ Sim, Carlindo, ninguém desaparece para sempre e é por isso que desejo
aconselhá-los, como pai que sou.
(...)
_ Creio que não me demorarei a partir...
_ para onde papai? - atalhou o menor.
_ Para um mundo melhor que este, para lugar, meu filho, onde seu pai possa
ajudá-los num corpo são, embora diferente.
(...)
_ Não devem manifestar semelhantes receios. Já organizei todos os negócios e
a mamãe trabalhará,. substituindo-me, até que vocês cresçam e se façam
homens. Se eu pudesse, ficaria em casa, mas, como se arranjariam comigo,
assim, imprestável como estou? por essa razão, Deus me concederá outro corpo
e eu estarei com vocês, sem que me vejam.
(...)
Possivelmente, seremos até mais felizes... Há muitos dias pretendo
falar-lhes, comoa gora, para que fiquem certos de meu amor constante. Logo
após meu afastamento, seu de antemão que muita gente procurará desanimá-los.
Dir-se-á que me afastei para nunca mais voltar, que a sepultura me
aniquilou; entretanto, previno a vocês de que isso não é verdade. Viveremos
sempre e amar-nos-emos uns aos outros, cada vez mais...
(...)
_ Quando eu partir - acentuou o pai amoroso -, se voc6es demonstrarem
coragem e confiança em Deus, o papai estará mais corajoso e confiante e
restaurará, em pouco tempo, as energias...
(...)
_ Vai para três anos, instituímos nosso culto doméstico do Evangelho de
Hesus. E vocês ssabem hoje que nosso Mestre não morreu. Levado ao suplício e
à morte, voltou do sepulcro para orientar os amigos e continuadores. Ele,
pois, nos auxiliará para que prossigamos unidos. Quando eu fizer a viagem de
renovação, tenham calma e otimismo. Não chorem, nem desfaleçam. Com lágrimas
não serão úteis 1a mamãe, que precisará naturalmente de todos nós. Deus
espera que sejamos alegres na luta de cada dia para sermos filhos fiéis ao
seu divino amor..
(...)
_ Nosso amigo Fábio, em véspera da libertação, sempre colaborou com
dedicação nas obras do bem. Não é médium com tarefa, na acepção vulgar do
termo. É, porém, homem equilibrado, amante da meditação e da espiritualidade
superior e, em razão disso, desde a juventude tornou-se excelente
ministrador de energias magnéticas, colaborando conosco em relevantes
serviços de assistência oculta. Vários mentores de nossa colônia têm em alta
conta o seu concurso. Há muito anos que se consagra ao estudo das questões t
ranscendentes da alma e formou-se na academia do esforço próprio, a fim de
ser-nos útil. Livre do sectarismo, infenso às paixões e amante do dever,
nosso irmão Fábio instituiu, desde os primeiros dias de matrimônio, o culto
doméstico da fé viva, preparando a esposa, os filhinhos e outros familiares
no esclarecimento dos problemas essenciais da compreensão da vida eterna. Em
virtude da preserverança no bem que lhe caracterizou as atitudes, sua
libertação ser-lhe-á agradável e natural. Soube viver bem, para bem morrer.
(...)
Fábio, a rigor, não precisava apaio para a fé que nutria. Revelava-se
tranquilo e confiante, e, embora o abatimento natural em seu estado, ia
ensiando, aos seus, inesquecíveis lições de coragem e de valor moral.
_ Vamo-nos! - Chamou-nos o Assistente - nosso companheiro vai bem e
dispensa-nos de maior colaboração.
(...)
No leito, permanecia respeitável senhor de idade avançada, com evidentes
sinais de moléstia do coração.(...)
_ É nossa irmã Albina (...) Permanece, presente,mente, em serviço nos
círculos evangélicos protestantes. Fez profissão de fé na Igreja
Presbiteriana e, viúva desde cedo, consagrou-se ao labor educativo, formando
a infância e ajuventude no ideal cristão.
(...)
_ Reconforta-nos a proteção de que nossa irmã é objeto. No entanto, creio
que há forte pedido de prorrogação em favor dela. Todos somos de parecer que
deva ser chamada à nossa esfera com urgência, para receber o prêmio a que
fez juz. Todavia, há razões ponderosas para que seja amparada
convenientemente, a fim de que permaneça com a família consanguínea na
Crosta, por mais alguns meses.
(...)
Varavamos, em breve, larga porta de movimentado hospital (...)
(...)
Após atravessarmos (...). A maioria dos leitos ocupados mostrava o doente e
as entidades espirituais que o rodeavam, umas em caráter de assistência
defensiva, outras em acirrada perseguição.
(...)
_ Aqui temos nosso velho Cavalcante. É virtuoso católico-romano, espírito
abnegado e valoroso nos serviços do bem ao próximo. Veio de nossa colônia,
há mais de sessenta anos, e possui grande círculo de amigos pelos seus dotes
morais. Sua exist6encia, cheia de belos sacrifícios, fala ao coração. Aqui
se encontra, junto dos filhos da indigência, abandonado da parentela , em
virtude de suas idéias de ren;uncia às riquesas materiais, Mas não se acha
desamparado pela Divina Misericórdia.
(...)
Notei, todavia, que Cavalcante era absolutamente alheio à nossa
influenciácão. Nada percebia de nossa presença ali, verificando que ele,
apesar das elevadas qualidades morais que lhe exornavam o caráter, não
possuía bastante educação religiosa para o intercâmbio desejável.
(...)
_ Tenho tido dificuldade para mantê-lo tranquilo (...) em vista dos parentes
desencarnados que o assediam de modo incessanteNão obstante os trabalhos de
vigilância que garantem o estabelecimento, muitos deles conseguem acesso e
incomodam-no. O pobrezinho não se preparou, convenientemente, para
libertar-se do jugo da carne e sofre muito pelos exageros da sensibilidade.
E muitoembora o abandono a que foi votado, tem o pensamento afetuoso em
execessiva ligação com aqueles que ama. Semelhante situação dificulta-nos
sobremaneira os esforços.
(...)
Transcorridos escassos minutos, ganhávamos o pórtico de notável , simples e
confortável edifício, em que se asilavam numerosas criancinhas, em nome de
Jesus. tratava-se de louvável instituição espiritista-cristã, onde se
sediava compacta legião de trabalhadores de nosso plano.
Bondoso ancião recebeu-nos afavelmente. Reconheci-o , jubiloso. Achava-se
ali , Bezerra de Menezes, o dedicado irmão dos que sofrem.
(...)
_ Jä esperavamos a comissão. Felizmente, porém, nossa querida Adelaide não
dará trabalho. O ministério mediúnico, o serviço incessante em benefício dos
enfermos, o amparo materno aos órfãos nesta casa de paz, aliados aos
profundos desgostos e duras pedradas que constituem abençoado ônus das
missões do bem, preparam-lhe a alma para esta hora...
(...)
_ Adelaide sempre foi leal discípula do Mestre dos Mestres. Apesar das
dificuldades dos espinhos e aflições, perseverou até ao fim.
(...)
_ Sei que é o termo da jornadda, meu venerável amigo - disse a médium, em
tom comovedor - e estou pronta - Desde muitos anos, rogo ao Divino Senhor me
revele o caminho. Não desejo adotar outros desígnios que não pertençam a
Ele, nosso Salvador, todavia...
(...)
_ Já sei. Você pensa nos parentes, nos amigos, nos órfãozinhos e nos
trabalhos que ficarão. Ó Adelaide! compreendo seu devotamento materno à obra
de amor que lhe consumiu a vida. Entretanto, você está cansada, muito
cansada e Jesus, Médico Divino de nossa alma, autorizou o seu repouso.
Confie a Ele as penas que lhe oprimem o espírito afetuoso. Deponha o
precioso fardo de suas responsabilidades em outras mãos, esvazie o cálice de
sua alma, alijando amarguras e preocupações, Converta saudades em esperanças
e desate os elos mais fortes, atendendo a ordem divina.
(...) Bezerra prosseguiu:
_ Sua grande batalha está terminando. Voc6e é feliz, minha amiga, muito
feliz, porque seu Espírito virá condecorado de cicatrizes, depois de
resistir ao mal durante muitos anos, como sentinela fiel, na fortaleza de fé
viva... Ensinou aos que lhe cercaram o caminho dtodas as lições do bem e da
verdade possíveis ao seu esforço... entregue parentes e afeições a Jesus e
medite, agora, na Humanidade, nossa abençoada e grande família. Quanto aos
serviços, confiados por algum tempo à sua guarda, estão fundamentalmente
afetos ao Cristo, que providenciará as modificações que julgue oportunas e
necessárias. Baste a você o júbilo do dever bem cumprido. Arregimente, pois,
as suas forças e não se entristeça, proque é chegado para seu coração o
prélio final... Coragem, muita coragem e fé!.
(...) "

Questões para nosso estudo:

01) Qual a necessidade de se programar tarefas? Por que?

02) Como entendermos a seguinte afirmativa: "Nos instantes de sono,
conduzi-los-emos até lá, para que se habituem lentamente com a idéia de
afastamento definitivo."?

03) Como compreendemos a seguinte assertiva: "Reencarnações e desencarnações
de modo geral, obedecem simplesmente à lei. "?

04) Vamos falar mais aprofundado sobre como ocorre a desencarnação? Como ela
se dá? de que forma? Quais os critérios? Como se dá a separação entre
corpo físico e Espírito?

05) Como entendermos a afirmativa:" A criatura pressupõe no amparo de
Deus o pretecionismo do sátrapa terrestre. Espera perpetuidade de favores
materialísticos, injustificável destaque entre os menos felizes, dominação e
louvor permanentes. Costuma aguardar serviço, estima e entendimento, mas
desdenha servir, estimar e entender, quando não seja em retribuição."?

06) O amparo espiritual se dá tão somente com aqueles que seguem ou entendem
o espiritismos, a comunicabilidade entre os mundos? Por que?

07) Como compreendermos a assertiva: "Não é médium com tarefa, na acepção
vulgar do
termo. É, porém, homem equilibrado, amante da meditação e da espiritualidade
superior e, em razão disso, desde a juventude tornou-se excelente
ministrador de energias magnéticas, colaborando conosco em relevantes
serviços de assistência oculta. "?

08) O que podemos entender e por que se dá prorrogação de tempo de
permanência na esfera carnal?

09) Como é se preparar convenientemente para a separação entre corpo
físico e Espírito?

10) Quais as lições que podemos apreender do capítulo estudado?

Conclusão

01) Qual a necessidade de se programar tarefas? Por que?
Em todas as atividades é necessário planejamento e organização para que os
objetivos sejam atingidos. Não é diferente nas atividades espirituais, em
especial aquelas que envolvem situações tão importantes, quanto a
desencarnação por exemplo. No mundo espiritual superior não há
improvisos".

02) Como entendermos a seguinte afirmativa: "Nos instantes de sono,
conduzi-los-emos até lá, para que se habituem lentamente com a idéia de
afastamento definitivo."?
A cada noite, em que o corpo físico descansa e restaura suas energias, o
espírito se afasta e mantém atividades nas esfereas espirituais. Este
afastamento, chamado por alguns de "desdobramento parcial pelo sono", é,
segundo nos informa o Livro dos Espíritos, um alento para aqueles que
estão
encarnados, pela possibilidade de encontro com os que estão no mundo
espiritual.
O processo de afastamento do corpo é semelhante àquele que ocorre por
ocasião da desencarnação, e por isso, dizemos que o sono físico é uma
espécie de "treino para morte". Quando se aproxima o momento da
desencarnação, a intensidade destas "saídas" do corpo aumenta
gradativamente
para que o choque natural provocado pelo desligament seja amenizado.

03) Como compreendemos a seguinte assertiva: "Reencarnações e
desencarnações
de modo geral, obedecem simplesmente à lei. "?
Literalmente, nascer e morrer são processos naturais, que ocorrência
independente da ação dos amigos espirituais. O que acontece é que, de
acordo
os méritos e necessidades de cada um, as equipe espirituais podem
participar
mais ativamente. Da mesma forma como uma mulher grávida pode dar à luz
sozinha no meio da selva, como acontecia com os indígenas, hoje ela pode
fazer o parto assistido por uma equipe especializada dentro de uma sala
cirúrgica. A criança vai nascer, numa ou noutra situação, naturalmente com
maiores ou menores chances de sobrevivência. Assim, o processo da
desencarnação pode ocorrer de forma natural, com um mínimo, ou nenhuma,
intervação de outros espíritos.

04) Vamos falar mais aprofundado sobre como ocorre a desencarnação? Como
ela
se dá? de que forma? Quais os critérios? Como se dá a separação entre
corpo físico e Espírito?
Este tema será discutido em detalhes nos capítulo seguintes. O importante
é
considerar que não existem duas desencarnações idênticas. Em cada caso,
existem diversos fatores implicados, desde o nível evolutivo do espírito,
passando pela forma de vida que levou na Terra, até considerações sobre
seu
estado de consciência espiritual.
O processo em si envolve o afastamento definitivo do espírito do corpo,
através da desintegração dos laços energéticos que unem corpo físico e
perispirito. A desencarnação vem ocorrer quando o corpo não possui mais
condições de sustentar o espírito.

05) Como entendermos a afirmativa:" A criatura pressupõe no amparo de
Deus o pretecionismo do sátrapa terrestre. Espera perpetuidade de favores
materialísticos, injustificável destaque entre os menos felizes, dominação
e
louvor permanentes. Costuma aguardar serviço, estima e entendimento, mas
desdenha servir, estimar e entender, quando não seja em retribuição."?
Muitos supõem que o auxílio divino deve ser oferecido indistintamente,
como
se as leis de Deus não fossem, além de amor, também leis de justiça. Deus
nos oferece todas as condições necessárias para que possamos superar
obstáculos e dificuldades, mas muitas vezes esperamos que Ele simplemente
nos "livre do mal", esquecendo que o "mal" é criação nossa e não dEle. A
justiça dita que "a cada um segundo as suas obras", e que começaremos a
perceber o quanto recebemos conforme mais oferecermos.

06) O amparo espiritual se dá tão somente com aqueles que seguem ou
entendem
o espiritismos, a comunicabilidade entre os mundos? Por que?
Absolutamente, não. O Espiritismo, como Doutrina, surgiu em 1857. O amparo
espiritual se dá desde o principio dos tempos...O que determina um amparo
mais, ou menos, perceptível (pois o amparo sempre existe) é a condição
psicológica, moral, espiritual do indivíduo.

07) Como compreendermos a assertiva: "Não é médium com tarefa, na acepção
vulgar do termo. É, porém, homem equilibrado, amante da meditação e da
espiritualidade
superior e, em razão disso, desde a juventude tornou-se excelente
ministrador de energias magnéticas, colaborando conosco em relevantes
serviços de assistência oculta. "?
Fábio - provavelmente, pois não está explícito no capítulo - trabalhava
ministrando passes magnéticos, tais como aqueles que se tornaram comuns
nas
casas espíritas atuais, mas que não eram tão comuns há 50 anos atrás.
Atualmente usamos o termo "médium passista", e hoje certamente
consideraríamos Fábio um médium com tarefa.


08) O que podemos entender e por que se dá prorrogação de tempo de
permanência na esfera carnal?
Usamos o termo "moratória" para definir esta situação. A moratória, ou o
adiamento da desencarnação, pode se dar por vários motivos, entre os quais
destacamos a necessidade do espírito permancer no corpo para completar
alguma tarefa e a intercessão de espíritos mais elevados.

09) Como é se preparar convenientemente para a separação entre corpo
físico e Espírito?
A preparação para a morte não se improvisa. De forma natural, sem nenhum
exagero doentio, a morte deve ser uma idéia comum para todos nós, e o
exercício do desapego, em relação às coisas materiais e aos afetos, deve
estar em nossa pauta.

10) Quais as lições que podemos apreender do capítulo estudado?
Talvez a maior lição seja que a desencarnação é diferente para cada pessoa
e
que o amparo espiritual independe da religião, saúde ou idade, fazendo-se
presente nas mais diversas situações.