O Evangelho segundo o Espiritismo
101 – Desigualdade das riquezas
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho
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EESE101b - Cap. XVI - Item 8
Tema: Desigualdade das riquezas
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A - Texto de Apoio:
A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens? Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar. E, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
Admitido isso, pergunta-se por que Deus a concede a pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos. Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Dando-lhe o livre-arbítrio, quis ele que o homem chegasse, por experiência própria, a distinguir o bem do mal e que a prática do primeiro resultasse de seus esforços e da sua vontade. Não deve o homem ser conduzido fatalmente ao bem, nem ao mal, sem o que não mais fora senão instrumento passivo e irresponsável como os animais. A riqueza é um meio de o experimentar moralmente. Mas, como, ao mesmo tempo, é poderoso meio de ação para o progresso, não quer Deus que ela permaneça longo tempo improdutiva, pelo que incessantemente a desloca. Cada um tem de possuí-la, para se exercitar em utilizá-la e demonstrar que uso sabe fazer dela. Sendo, no entanto, materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo
tempo, e acontecendo, além disso, que, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia, com o que o melhoramento do planeta ficaria comprometido, cada um a possui por sua vez. Assim, um que não na tem hoje, já a teve ou terá noutra existência; outro, que agora a tem, talvez não na tenha amanhã. Há ricos e pobres, porque sendo Deus justo, como é, a cada um prescreve trabalhar a seu turno. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação. Deploram-se, com razão, o péssimo uso que alguns fazem das suas riquezas, as ignóbeis paixões que a cobiça provoca, e pergunta-se: Deus será justo, dando-as a tais criaturas? E exato que, se o homem só tivesse uma única existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens da Terra; se, entretanto, não tivermos em vista apenas a vida atual e, ao contrário, considerarmos o conjunto das existências, veremos que tudo se equilibra com justiça. Carece, pois, o pobre de motivo assim para acusar a Providência, como para invejar os ricos e estes para se glorificarem do que possuem. Se abusam, não será com decretos ou leis suntuárias que se remediará o mal. As leis podem, de momento, mudar o exterior, mas não logram mudar o coração; daí vem serem elas de duração efêmera e quase sempre seguidas de uma reação mais desenfreada. A origem do mal reside no egoísmo e no orgulho: os abusos de toda espécie cessarão quando os homens se regerem pela lei da caridade.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Por que não são igualmente ricos todos os homens?
2 - O problema da pobreza estaria resolvido se, num dado momento, toda a riqueza do mundo fosse igualmente repartida entre os homens?
3 - Como podemos contribuir para tornar menos injusta a sociedade em que vivemos?
Conclusão
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EESE101b - Cap. XVI - Item 8
Tema: Desigualdade das riquezas
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A - Conclusão do Estudo:
A constatação de que a miséria de hoje é fruto do uso indevido das riquezas do ontem não pode ser motivo para diminuir nosso empenho na minoração das agruras dos menos afortunados.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Por que não são igualmente ricos todos os homens?
"Por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar", nem justos o suficiente para atribuir a quem trabalha correta remuneração ao seu esforço.
A desigualdade das riquezas é inerente ao estágio evolutivo do homem. Só será à medida que ele evoluir moralmente.
2 - O problema da pobreza estaria resolvido se, num dado momento, toda a riqueza do mundo fosse igualmente repartida entre os homens?
Não, pois a cada um caberia uma parcela mínima e insuficiente; ademais, esta condição inicial de igualdade logo seria rompida pelas diferenças individuais, de sorte que alguns aumentariam seus haveres e outros perdê-los-iam.
"É, aliás, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente".
3 - Como podemos contribuir para tornar menos injusta a sociedade em que vivemos?
Se nos foi dados possuir bens, devemos utilizá-los em benefício do próximo, gerando oportunidades de beneficiá-lo com trabalho digno e lembrando sempre de que o supérfluo não nos pertence. Se nos encontramos privados de riquezas, cuidemos de armazenar tesouros de paciência e resignação, buscando no trabalho e na prece a superação de nossas dificuldades, sem deixar de lutar com ânimo firme por melhorias e progressos em nossas vidas.
"A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para todos os outros, a prova da caridade e da abnegação."